SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) – O Nubank registrou lucro líquido ajustado de US$ 6,6 milhões (R$ 33,4 milhões) em 2021, o primeiro lucro anual de sua história, revertendo o prejuízo de US$ 26,8 milhões (R$ 135,6 milhões) em 2020, segundo balanço divulgado nesta terça-feira (22).
É o primeiro resultado financeiro reportado pela fintech após a abertura de capital (IPO, na sigla em inglês) na Bolsa de Valores do Brasil e dos Estados Unidos (Nyse), em dezembro de 2021.
Considerando somente o quarto trimestre, o banco digital teve um lucro líquido ajustado de US$ 3,2 milhões (R$ 16,2 milhões), ante o lucro de US$ 15,8 milhões (R$ 80 milhões) em igual período do ano anterior.
A base de clientes do Nubank encerrou o ano passado em 53,9 milhões de clientes, incluindo consumidores e PMEs (pequenas e médias empresas) um crescimento de 61,9% ante dezembro de 2020.
Do total de clientes, 52,4 milhões estão no Brasil, 1,4 milhão no México e 114 mil na Colômbia.
A base de clientes formada por PMEs (pequenas e médias empresas) quase triplicou ao longo de 2021, aumentando de 500 mil em 31 de dezembro de 2020 para 1,4 milhão em 31 de dezembro de 2021.
A receita total da fintech chegou a US$ 635,9 milhões (R$ 3,2 bilhões) no quarto trimestre, o que representa um aumento de 214% em bases anuais. Em 2021, a receita foi de US$ 1,7 bilhão (R$ 8,6 bilhões), alta de 130,4%.
A Receita Média Mensal por Cliente Ativo (ARPAC na sigla em inglês) foi de US$ 5,6 (R$ 28,33), um crescimento de 71,8% comparado com o mesmo período do ano anterior.
A taxa de inadimplência acima de 90 dias foi de 3,5%, ante 3,6% em dezembro de 2020 e 3,4% em setembro de 2021.
“O Nu teve um forte começo como companhia de capital aberto, como ficou claro no nosso desempenho no quarto trimestre. A listagem das ações do Nu nas bolsas e o nosso programa NuSócios também abriram a porta para a inclusão de milhões de brasileiros no mercado de capitais”, afirmou David Vélez, acionista fundador e presidente do Nubank, no relatório de resultados.
Os depósitos totalizaram US$ 9,7 bilhões (R$ 49,1 bilhões) no fim de 2021, um aumento de 73,2% comparado com 2020. A expansão dos depósitos foi alavancada principalmente pelo crescimento da base de clientes da companhia.
Já as despesas operacionais totalizaram US$ 315,4 milhões (R$ 1,6 bilhão) no quarto trimestre, crescimento de 208,9% na comparação anual.
“O principal fator para esse aumento absoluto das despesas operacionais foi a conta de despesas gerais e administrativas, que registrou crescimento de 174,8% em bases anuais, refletindo principalmente o aumento da remuneração baseada em ações devido ao efeito dos imposto decorrentes da valorização das ações em 2021 como resultado do IPO e a expansão do número de colaboradores durante o período.”
As despesas de suporte ao cliente e operações tiveram alta de 130,9% “para fazer frente ao aumento significativo do número de clientes e investir na melhoria da experiência dos usuários.”
Em 2021, as despesas operacionais atingiram US$ 903,1 milhões (R$ 4,57 bilhões), crescimento de 115,6%.
“Além dos fatores mencionados acima, as despesas de marketing extraordinárias associadas com o IPO do Nu contribuíram para o aumento dessas despesas.”