SÃO PAULO, SP (UOL-FOLHAPRESS) – Candidatos que prestavam um concurso da Petrobras na tarde deste domingo (20) se assustaram com rachaduras e estalos no prédio da Universidade Ibirapuera, que aplicava a prova na capital de São Paulo.
Os bombeiros foram acionados até o local por volta das 13h40 de ontem, 20 minutos antes do início previsto segundo o edital do Cebraspe (Centro Brasileiro de Pesquisa em Avaliação e Seleção e de Promoção de Eventos), responsável pela aplicação do exame.
Nas redes sociais, candidatos relataram que o exame foi adiado por mais de duas horas em vários dos andares do prédio “por motivo de abalo da estrutura”, lamentando que o concurso tenha seguido normalmente mesmo diante do “psicológico abalado” de muitos dos participantes.
“Em minha sala, mesmo com a unanimidade dos candidatos em não querer realizar a prova, tivemos que pegar a prova e ainda esperar por uma hora para poder sair da sala, tudo isso para poder assinar a lista de presença e provar que estávamos na sala de aula”, detalhou uma das pessoas presentes, em um desabafo nas redes sociais, exigindo um posicionamento do Cebraspe.
Outra testemunha destacou o descumprimento do edital previsto para o exame, com o adiamento do início da prova, que terminou apenas às 20h30 para os participantes envolvidos, e o acesso a eletrônicos liberado em algumas salas.
“Enquanto se espera ‘foi liberado para alguns candidatos, utilizarem celulares, para ligar para familiares’, ou seja outro descumprimento do Edital, pois é ‘vetado o uso de aparelhos celulares, eletrônicos, dentro do local de realização da prova’. Resumindo, os candidatos, depois de mais de 2 horas de espera, encontram-se em total DESVANTAGEM, tanto emocional quanto psicológica, em relação aos demais. Pergunto: é justo?”, escreveu uma outra mulher em seu perfil no Facebook.
Apesar dos transtornos e do susto dos concorrentes, a Defesa Civil de São Paulo afirmou que não encontrou sinais de risco no prédio da Universidade Ibirapuera, localizada na avenida Interlagos.
Foram constatadas algumas fissuras na estrutura e “uma rachadura entre as salas 41 e 43”, mas os danos estão em uma parede não estrutural. Já os “estalos” ouvidos pelos participantes vieram de pisos soltos e da quantidade de pessoas que estavam no interior do prédio, segundo nota enviada ao UOL pela SMSU (Secretaria Municipal de Segurança Urbana), subordinada à prefeitura.
A direção da Universidade Ibirapuera foi orientada a executar os reparos necessários o mais rápido possível. A reportagem tenta contato com a unidade de ensino, caso haja retorno a matéria será atualizada.
Em nota ao UOL, o Cebraspe destacou que as reclamações sobre os barulhos no prédio foram feitas antes do início da prova e que os candidatos nos dois primeiros andares puderam começar o exame na hora determinada pelo edital.
Já o exame no terceiro e quarto andar foi adiado dada a necessidade “de uma avaliação mais detalhada, tendo em vista rachaduras nas paredes”. Ainda assim, o Centro defendeu que os participantes envolvidos não foram prejudicados.
“Dessa análise, decorreu a interdição de 10 das 45 salas previstas para aplicação no terceiro e quarto andares do prédio. Assim, houve a reorganização dos candidatos nas salas restantes liberadas e, em seguida, foram iniciadas as provas. O atraso para o início das provas foi compensado ao final, a fim de que não restasse prejuízo aos candidatos, não havendo, portanto, programação de nova data para o certame”, concluiu o comunicado.