RIO DE JANEIRO, RJ (FOLHAPRESS) – Após amargar queda recorde de 7,8% em 2020, o volume do setor de serviços voltou a crescer no Brasil, com alta de 10,9% em 2021, informou nesta quinta-feira (10) o IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística). É a maior elevação da série histórica, iniciada em 2012.
Conforme o instituto, o segmento ficou 6,6% acima do patamar pré-pandemia, registrado em fevereiro de 2020. Também alcançou o maior patamar desde agosto de 2015.
O setor de serviços envolve uma grande variedade de negócios, de bares e restaurantes a instituições financeiras, de tecnologia e de ensino. Também é o principal empregador no país.
No recorte mensal, o setor cresceu 1,4% em dezembro, frente a novembro. O dado ficou acima das expectativas do mercado financeiro. Analistas consultados pela agência Bloomberg projetavam avanço de 0,6%.
Com a chegada da pandemia, em 2020, a prestação de serviços diversos sofreu um choque no país. O baque ocorreu porque o segmento reúne atividades dependentes da circulação de clientes, que despencou após a adoção de restrições para conter a Covid-19.
Hotéis, bares, restaurantes e eventos fazem parte da lista de negócios impactados.
O que amenizou as perdas ao longo da crise foi o avanço de serviços ligados à tecnologia. Essas atividades tiveram demanda aquecida com as medidas de isolamento social.
No segundo semestre de 2021, os serviços de caráter presencial passaram a apostar em uma melhora dos negócios devido ao impulso da vacinação contra a Covid-19 e da reabertura da economia.
A recuperação, no entanto, vem sendo ameaçada pelo cenário de escalada da inflação, juros mais altos e renda fragilizada. Os fatores, em conjunto, diminuem o poder de compra dos consumidores.
Outra ameaça vem da variante ômicron, apontada como responsável pelo novo avanço da Covid-19 no Brasil. A contaminação de trabalhadores fez companhias aéreas cancelarem uma série de voos na largada de 2022, por exemplo.
Em relação a dezembro de 2020, o setor de serviços cresceu 10,4% no último mês de 2021, apontou o IBGE. Analistas consultados pela Bloomberg estimavam alta de 9,1% nesse recorte.