SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) – O encontro programado do governador do Espírito Santo, Renato Casagrande (PSB), com o pré-candidato Sergio Moro (Podemos), no próximo sábado (12), foi visto dentro do PT como mais uma tentativa de minar a federação entre os dois partidos.
O projeto subiu no telhado em razão de posições adotadas por algumas figuras de expressão dentro do partido, como Márcio França, ex-governador de São Paulo. Nesta quarta-feira (9), França divulgou um vídeo em que reitera sua intenção de disputar o Palácio do Bandeirantes, o que inviabilizaria uma aliança com Fernando Haddad (PT).
O gesto de Casagrande de receber o algoz do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva foi considerado por petistas uma afronta inaceitável.
“Lamentável a postura do governador Casagrande. Dia triste para o PSB”, afirmou o advogado Marco Aurélio de Carvalho, coordenador do grupo Prerrogativas e filiado ao PT. “Moro é um dos responsáveis diretos pela eleição de Jair Bolsonaro. Não há, pois, sob qualquer justificativa, por mais criativa que seja, razão para que um democrata o receba”, afirmou.
Segundo dirigentes do PT ouvidos pela reportagem, os gestos de França e Casagrande, além da atitude expressada em entrevista ao jornal Folha de S.Paulo pelo presidente do PSB, Carlos Siqueira, de cobrar mais espaço para o partido na federação, praticamente inviabilizam o arranjo entre as legendas. Independentemente disso, o apoio dos socialistas à candidatura do ex-presidente não está ameaçado, afirmam lideranças partidárias.