São Paulo – O Senado dos Estados Unidos aprovou na quarta-feira (14) a nomeação de Elizabeth Frawley Bagley como embaixadora do país no Brasil. Além de chefiar a embaixada norte-americana em Brasília, Elizabeth vai comandar as relações diplomáticas entre os dois países.
Indicação de Elizabeth Bagley foi confirmada pelo Senado na quarta | Foto: iStock
Ela assumirá um posto que está vago desde 2021, quando Todd Chapman, indicado pelo ex-presidente Donald Trump, se aposentou. Desde então, o cargo é ocupado de forma interina pelo encarregado de negócios Douglas Koneff.
Há alguns dias, os senadores democratas corriam para destravar a indicação de Elizabeth Bagley antes da posse do presidente eleito Luiz Inácio Lula da Silva (PT), em 1º de janeiro. O movimento é mais uma mostra da prioridade que a gestão Biden dá à relação com o Brasil sob o futuro governo.
Elizabeth Bagley é advogada e diplomata. Atualmente é diretora de uma empresa de telecomunicações no Arizona. A única experiência como embaixadora foi no comando da representação diplomática dos EUA em Portugal.
A diplomata trabalhou como conselheira de secretários de Estado durante os governos democratas de Bill Clinton e Barack Obama. Durante a carreira diplomática, também ocupou postos de representante especial para a Assembleia das Nações Unidas e de parcerias globais.
LEIA TAMBÉM:
+ EUA incluem em lista de terrorismo rede no Brasil supostamente ligada a Al-Qaeda
Na avaliação da professora de relações internacionais da PUC-RJ (Pontifícia Universidade Católica do Rio de Janeiro) Ana Garcia, a nova embaixadora será uma figura importante para a aproximação do Brasil com os Estados Unidos.
Durante sabatina em maio deste ano, Elizabeth Bagley afirmou que a questão da Amazônia será prioritária em seu trabalho. A informação são da BBC Brasil. “Uma das minhas maiores prioridades será encorajar esforços para aumentar a ambição climática e reduzir dramaticamente o desmatamento, proteger os defensores (da floresta) e processar crimes ambientais e atos de violência correlatos”, disse em seus comentários iniciais.
E elogiou o compromisso do Brasil de zerar o desmatamento ilegal até 2025, embora tenha reconhecido que pouco foi feito nesse sentido até agora. A gestão Bolsonaro tem acumulado recordes de redução da cobertura amazônica.
Em outro momento, Elizabeth deixou claro que seguirá pressionando o Brasil para que não adote tecnologia da gigante chinesa Huawei em sua rede 5G. Os EUA têm assistido ao avanço de sua principal adversária, a China, na América Latina ao mesmo tempo em que vivem uma escassez de interlocutores na área.
Biden vê em Lula uma oportunidade de alterar a situação e avançar em pautas prioritárias para a sua agenda, como as mudanças climáticas. Apesar da pressão dos americanos, o Brasil sob a gestão de Bolsonaro optou por não restringir a participação da empresa chinesa em suas redes de telecomunicações.
Elizabeth Bagley foi indicada pelo governo do democrata Joe Biden em janeiro, mas só agora seu nome foi aprovado. No Senado americano, o partido Democrata tem atualmente 48 cadeiras contra 50 do partido Republicano. Na prática, o governo tem vantagem porque dois senadores independentes apoiam Biden, além da presidente da casa – que tem poder de desempate – ser a vice-presidente Kamala Harris.
Nas eleições de meio de mandato deste ano, os democratas asseguraram maioria no Senado, com 51 assentos, o que garante influência maior nos principais comitês. O resultado é visto como uma vitória do presidente Joe Biden. A nova formação do Senado passa a valer em 2023.
Receba nossas notícias direto no seu celular! Envie também suas fotos para a seção ‘A cidade fala’. Adicione o WhatsApp da FOLHA por meio do número (43) 99869-0068 ou pelo link wa.me/message/6WMTNSJARGMLL1.