As prestadoras que adquiriram lotes na faixa de 3,5 GHz já podem solicitar à Anatel (Agência Nacional de Telecomunicações) o licenciamento de estações do 5G em Londrina e em outros 14 municípios brasileiros. A decisão de antecipação da liberação da faixa foi tomada nesta quarta-feira (14), pelo Gaispi (Grupo de Acompanhamento da Implantação das Soluções para os Problemas de Interferência na faixa de 3.625 a 3.700 MHz). O cronograma inicial da Anatel previa que capitais, Distrito Federal e cidades com mais de 500 mil habitantes teriam o serviço disponível a partir do dia 31 de julho de 2025.
A antecipação da liberação segue diretrizes do Edital do 5G e foi possível porque a EAF (Entidade Administradora da Faixa de 3,5 GHz) já iniciou a migração da recepção do sinal de televisão aberta e gratuita por meio de antenas parabólicas na banda C satelital para a banda Ku e conclui as ações necessárias para a desocupação desta faixa por sistemas do FSS (Serviço Fixo por Satélite), tendo instalado os filtros para a mitigação de interferências em todas as estações do FSS impactadas.
Dos 15 municípios, seis possuem população de mais de 500 mil habitantes, que teriam a faixa liberada já em 1º de janeiro. Londrina está nesse grupo, que também conta com Ananindeua (PA), Aparecida de Goiânia (GO), Caxias do Sul (RS), Jaboatão dos Guararapes (PE) e Joinville (SC). Os nove restantes são municípios menores, mas que fazem parte de regiões metropolitanas de capitais, ou são próximos aos municípios maiores: Diadema (SP), Mesquita (RJ), Nilópolis (RJ), Olinda (PE), Paulista (PE), São Caetano do Sul (SP), São Francisco do Sul (SC), São João de Meriti (RJ) e São José (SC).
Apesar de representar uma aceleração no cronograma, a liberação da faixa não significa que redes do 5G serão instaladas de imediato nas localidades. Para todas elas, os compromissos de abrangência previstos no Edital começam a vencer em 2025. Assim, a instalação antecipada de estações do 5G nessas cidades depende do planejamento individual de cada prestadora.
A reportagem entrou em contato com as operadoras em Londrina e nenhuma delas tem uma data definida para o início do serviço. A Sercomtel informou que está trabalhando para implementar o 5G a partir da liberação, mas a empresa ainda não tem uma data para a ativação. “Vale ressaltar que para os lotes regionais, que é o caso da Sercomtel, não existe obrigação de ativação da rede neste momento”, informou a empresa. Vivo, Tim e Claro ressaltaram que já oferecem a tecnologia nas capitais e que seguirão o cronograma técnico para disponibilizar a nova tecnologia o quanto antes em Londrina, mas também não estipularam datas, nem prazos.
Para as demais 20 cidades com mais de 500 mil habitantes, o uso da faixa estará permitido a partir de 1º de janeiro, conforme previsão editalícia, não sendo necessária nova deliberação por parte do Gaispi.
ATRASO
A primeira cidade a receber o 5G foi Brasília, no início de julho deste ano. Todas as capitais e o Distrito Federal deveriam estar com a tecnologia até o final do mesmo mês, o que ocorreu apenas no início de outubro.
O atraso, segundo o vice-presidente da Anatel (Agência Nacional de Telecomunicações) Moisés Moreira, deveu-se à falta de semicondutores, causados pelos impactos da pandemia na logística global, e aos lockdowns na China, que sustentam uma política de Covid zero.
No meio do ano que vem, a liberação da faixa em cidades com mais de 200 mil habitantes também será por conjunto de cidades, de acordo com Moreira.
“Isso facilita o processo do ponto de vista logístico e do ponto de vista de economia do recurso público”, afirmou, no evento. “Os mesmos veículos que estão nessas cidades grandes atendem as cidades menores no entorno.”
As operadoras não têm a obrigação de instalar o recurso assim que a faixa seja liberada, mas a tendência é que os prazos sejam antecipados. (Com Folhapress)
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