Os países democráticos são mais respeitados nas mesas globais de negociação. Seja em relação a acordos comerciais com o mundo desenvolvido, na captação de investimentos de fundos estrangeiros que seguem a cartilha da governança com responsabilidade socio-ambiental ou em tratados internacionais sobre mudanças climáticas, direitos humanos ou cooperação na área científica, representar um país democrático abre portas e transmite segurança para aprofundar diálogos.
Para um país em busca de relevância no tabuleiro geopolítico do século 21 e faminto por desenvolvimento pleno para seu povo, a democracia é um ativo imprescindível. Fato de se comemorar quando um país emite sinal claro da sua saúde institucional.
É como receber o resultado de um exame que demonstra que o organismo está como deveria estar, que todas as funções vitais estão apropriadamente em ordem para a sequência da vida.
Quando um presidente democraticamente eleito é diplomado pelo Tribunal Superior Eleitoral, o País recebe um atestado de ordem constitucional para circular com autoridade em todos os ambientes da política externa. No ambiente interno, é mais um avanço em meio à turbulência de uma polaridade política extremada que insiste em campear nas redes sociais e em focos de manifestações país afora.
Os temores de violência política semelhantes às que ocorreram em Washington no dia 6 de janeiro do ano passado não se confirmaram.
O ex e futuro presidente Lula da Silva e o seu vice, Geraldo Alckmin, aguardam agora mais 20 dias para ocuparem oficialmente os cargos, a etapa seguinte nesta temporada de testes de força da democracia brasileira.
Em 2023, os desafios permanecerão do tamanho deste País mergulhado em baixo crescimento econômico em uma década e com nível de endividamento em alta.
A oposição terá um papel importante, à altura das expectativas benignas que prevalecem no contingente de 57,6 milhões de brasileiros que votaram no presidente Jair Bolsonaro. Eles também desejam dias melhores para o Brasil, nos quais não cabem movimentos de sabotagem política.
O governo, como qualquer outro, deve ser fiscalizado pelos outros poderes. Há um consenso em torno da responsabilidade fiscal, uma diretriz que deve ser defendida com intransigência, bem como a agenda reformista, que inclui a transformação do sistema tributário e a modernização da estrutura administrativa do governo central.
São os passos obrigatórios para o processo de estabilização econômica, de atração de investimentos estrangeiros e de uma futura pacificação política que nos devolva à civilidade no debate.
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