Com o fim do ano letivo, as escolas já começam a enviar as listas de materiais escolares que os alunos vão precisar em 2023. E essa compra promete pesar no bolso dos pais e responsáveis. A Associação Brasileira de Fabricantes e Importadores de Artigos Escolares prevê aumento de 15% a até 30% no preço desses itens.
O ideal, portanto, é começar desde já a pesquisar opções e preços. Segundo o Departamento Estadual de Proteção e Defesa do Consumidor (Procon/PR), este é o primeiro passo para quem quer economizar e também evitar a correria das compras no início de ano. O aplicativo Menor Preço, vinculado ao Nota Paraná, é uma das alternativas para verificar os valores adotados no mercado.
Segundo a coordenadora do Procon/PR, Cláudia Silvano, com a notícia do aumento considerável de preços dos materiais escolares, a pesquisa de mercado representa não só a possibilidade de economizar, mas também de negociar melhores condições de pagamento. “Outra medida que pode ser útil é comprar em boa quantidade, se juntando a outros pais, pois também é uma possibilidade de obter bons descontos na hora do pagamento”, afirma.
Além da atenção aos preços, o consumidor também precisa verificar com cuidado os itens presentes na lista de material escolar. As escolas só podem solicitar a compra de materiais utilizados para as atividades pedagógicas diárias do aluno, como lápis, caneta, borracha, papel sulfite, cola, tinta guache, etc.
A Lei 12.886/13 proíbe que sejam inclusos artigos de uso coletivo, tais como papel higiênico, copos descartáveis, talheres, tinta para impressora, giz, produtos de higiene, limpeza ou para atividade de laboratório, por exemplo. As instituições também não podem exigir materiais em excesso, como 10 borrachas ou 1.000 folhas de sulfite.
Secretaria de Educação divulga calendário escolar de 2023 para a rede estadual de ensino
Caso o consumidor considere a lista escolar abusiva ou tenha dúvidas quanto ao pedido de materiais, deve procurar primeiramente a instituição de ensino. Caso não seja resolvido, o Procon deve ser acionado pelos canais oficiais.
RECUPERAÇÃO
Após o enorme prejuízo acarretado pela suspensão das aulas presenciais, as papelarias e lojas de material escolar esperam, para o final de 2022 e início de 2023, um fluxo de consumidores e volume de vendas bem próximo do que era antes da pandemia.
“Por incrível que possa parecer, dois anos que você perde dá uns oito anos para recuperar. Não é fácil”, disse o proprietário da Mega Feira, em Londrina, Álvaro Loureiro Junior. A redução drástica de clientes fez com que, em 2021, ele fechasse uma grande loja na região central da cidade. No ano passado, ainda sem recuperar as vendas, uma outra loja, localizada em um shopping na zona norte, também encerrou as atividades.
Agora, Loureiro aposta em uma reação. “Em 2022, mesmo com o retorno das aulas presenciais, não refrescou nada. O refresco deve vir em 2023.” Como os fabricantes remarcaram os preços entre 15% e 20%, em média, o empresário acredita que, em valores, as vendas devem crescer nesta proporção. Em produtos, no entanto, a expectativa é aumentar em 5% ante 2020. “Em 2020, eu vendia uma caixa de papel sulfite por R$ 189. Hoje, para eu comprar, a mesma caixa custa R$ 182,90”, comparou.
Para atender a demanda, Loureiro planeja aumentar o quadro de funcionários em 10% em dezembro e mais 30%, em janeiro, com a perspectiva de que alguns dos temporários se tornem trabalhadores efetivos após o período de volta às aulas.
No momento, disse ele, a principal dificuldade é abastecer os estoques. A capacidade de produção das fábricas ainda não está totalmente restabelecida e há uma demora na reposição de produtos. Para garantir as entregas, Loureiro tem feito pagamentos antecipados aos fornecedores. “Agora, para a gente equilibrar o nosso estoque, tem que comprar e pagar antecipado. Assim, a gente garante a produção. Se não, corre o risco de o produto não chegar. Ainda assim, fiz uma compra de cadernos e a indústria só vai me entregar na segunda quinzena de janeiro. As fábricas não estão conseguindo produzir, então mandam um pouquinho para cada varejista. Se hoje não tem, imagine na hora H.”
Receba nossas notícias direto no seu celular! Envie também suas fotos para a seção ‘A cidade fala’. Adicione o WhatsApp da FOLHA por meio do número (43) 99869-0068 ou pelo link wa.me/message/6WMTNSJARGMLL1