Apenas 66% dos estudantes concluíram os anos finais do ensino fundamental (6º ao 9º ano) no tempo esperado de 4 anos em 2019 no Brasil, segundo dados do Inep (Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais), órgão ligado ao Ministério da Educação.
Essa é uma das principais estatísticas contidas no documento “Recomendações de políticas educacionais para governos estaduais e federal”, um estudo realizado por renomadas entidades ligadas à Educação – Todos pela Educação, Fundação Lemann, Instituto Natura, Instituto Sonho Grande e Itaú Social.
O índice é de 2019, antes da pandemia da Covid-19 impactar ainda mais o processo educacional no Brasil. Isso significa que as próximas pesquisas podem puxar ainda mais para baixo esse índice, pois todos acompanharam as dificuldades que muitos estudantes tiveram para acompanhar aulas remotas, ou por dificuldade técnica ou por falta de apoio pedagógico em casa.
A taxa de distorção idade-série (mais de 2 anos de atraso com relação à idade esperada) para os anos finais do ensino fundamental representa os alunos que sofrem com reprovação e abandono acumulados.
O relatório aponta que a maior parte dos estados brasileiros tem taxas de distorção, tanto na rede estadual como na rede municipal, por volta dos 30% ou mais.
No Paraná, os índices são um pouco melhores, já que a taxa de distorção na rede estadual ficou em 14,5% em 2021, a terceira menor do País – São Paulo ficou com 10,6% e Mato Grosso, com 11,6%. Na rede municipal, a taxa ficou em 11,2% em território paranaense, a segunda menor do País – atrás apenas do Distrito Federal, com 0% de distorção.
Outro aspecto relevante que compõe o relatório é um raio-x do aprendizado em língua portuguesa e matemática por alunos do 9º ano do ensino fundamental.
Em 2019, antes da pandemia, a média de alunos com nível de aprendizado adequado em língua portuguesa e matemática nas redes estaduais e municipais foi muito baixa em todo o Brasil – mesmo as redes com os melhores resultados tiveram menos da metade de seus alunos com aprendizado adequado nessas duas disciplinas.
Os dados do Inep dão uma mensagem clara aos gestores que assumirão cargos executivos em janeiro, como presidente da República e governadores: falta muito para o Brasil avançar na área educacional e é preciso entender o motivo dos adolescentes estarem fora da escola: reprovação, evasão escolar, desânimo, qualidade do ensino?
As consequências são graves e profundas para uma geração de jovens e para o desenvolvimento do país.
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