São Paulo – Pelo quarto ano consecutivo, o desmatamento na Amazônia, em um ano, ultrapassou os 10 mil km². Os dados do programa Prodes, do Inpe (Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais), divulgados nesta quarta-feira (30), mostram que foram ao chão 11.568 km² de floresta, de agosto de 2021 a julho de 2022. O valor, porém, é cerca de 11% inferior à taxa do ano anterior e interrompe uma sequência de crescimento que vinha desde 2018.
Conter o desmatamento, especialmente na Amazônia, é central para o papel do Brasil frente a crise climática | Foto: Carl de Souza/AFP
De toda forma, os números permanecem elevados, especialmente ao se considerar os alertas de que a Amazônia não está distante de um ponto de não retorno, no qual, devido ao desmatamento, a floresta poderá passar por uma savanização, com a perda de sua biodiversidade e serviços ecossistêmicos.
A situação é ainda mais crítica ao se considerar o avanço da crise climática, que deixa cada vez mais explícitos os eventos extremos que deverão ser experienciados ainda mais frequentemente pela população mundial.
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Conter o desmatamento, especialmente na Amazônia, é central para o papel do Brasil frente a crise climática, considerando que a derrubada de floresta é a principal fonte de emissões de gases-estufa do país.
Além disso, o desmate explosivo ocorrido sob o governo de Jair Bolsonaro (PL) vem trazendo problemas para a imagem brasileira internacional, o que, consequentemente, leva a maiores dificuldades comerciais e perdas de parcerias – o exemplo máximo foi a paralisação do bilionário Fundo Amazônia.
Desde antes do início de sua gestão, Bolsonaro colocou em dúvida dados de desmatamento e de queimadas produzidos pelo Inpe, um órgão do governo. Também criticou publicamente ações de combate ao desmatamento.
Os dados do Prodes mostram que, novamente, os estados que mais desmataram foram Pará, Amazonas, Mato Grosso e Rondônia, que respondem por quase 88% do desmate documentado.
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