Tite convocou nove atacantes para a Copa do Catar, mas coube ao volante Casemiro, que começou a carreira como meia, garantir a vitória do Brasil por 1 a 0 sobre a Suíça e a classificação antecipada para as oitavas de final. Ao balançar as redes aos 37 do segundo tempo, o ex-madridista rompeu o quase perfeito ferrolho suíço e tirou o time europeu da restrita lista de países que jamais haviam perdido para a seleção brasileira em Copas. A história registrava dois empates até então.
Nunca foi fácil jogar contra a Suíça e desta vez também não foi. E não foi um gol qualquer. Foi um belo gol. O primeiro em Copas. A finalização de primeira, com um sutil desvio no zagueiro, de três dedos no ângulo esquerdo, fez o ótimo goleiro Sommer só olhar e torcer. Uma estilingada a la Neymar, que machucado sequer foi ao estádio 974. Uma homenagem ao craque brasileiro, que sim, faz muita falta, mesmo que muitos tentem contrariar o óbvio.
Sem Neymar, a vitória brasileira sempre foi construída a partir dos pés de Vini Jr. O melhor brasileiro na soma dos 180 minutos disputados até aqui no Catar. No burocrático primeiro tempo, foi dele a única finalização perigosa. No segundo, com a entrada de Rodrygo, parceiro de Real Madrid, a marcação suíça ficou dividida e Vini teve mais espaço. Fez um golaço aos 18, mas o VAR anulou o gol por impedimento de Richarlison no início da jogada. Uma pena.
E foi da dupla madridista que saiu a jogada do gol do alívio. Vini para Rodrygo, que só escora, de primeira, para Casemiro estufar a rede e manter o Brasil 100%. Entrosamento dos três dos tempos de Real Madrid a serviço da seleção brasileira. E Rodrygo mostrou que tem lugar no time, sobretudo enquanto Neymar estiver fora.
O Brasil ainda não foi brilhante. Mas quem foi até aqui em Doha? Venceu os dois jogos com méritos e sendo superior aos rivais. Superou a ausência do seu camisa 10 e fez o que se esperava: vencer. Mostrou ainda um outro ponto muito importante. A solidez defensiva. Não correu riscos e nem sustos e não propiciou nenhuma chance clara de gol aos rivais. Em uma Copa do Mundo, com apenas sete jogos, sofrer poucos gols é meio caminho andado para o sucesso. Até porque lá na frente sempre pode aparecer um Casemiro para resolver.
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