São Paulo – A Copa do Mundo do Catar vai ser um marco para a arbitragem feminina. Pela primeira vez na história da compartição, árbitras vão apitar partidas masculinas.
A francesa Stéphanie Frappart vai ser a primeira mulher a arbitrar um jogo do Mundial da Fifa masculino, segundo anúncio nesta terça-feira (29) da maior entidade do futebol mundial. Ao lado dela, Karen Díaz Medina, do México, e Neuza Back, do Brasil, completam o time de arbitragem para o confronto entre Alemanha e Costa Rica.
Talvez um dos nomes mais conhecidos entre as árbitras mulheres desta Copa, Stéphanie coleciona pioneirismos. Em 2019, ela apitou a partida entre Angers e Estrasburgo se tornando a primeira mulher a apitar um jogo do Campeonato Francês. No mesmo ano, comandou o duelo entre Liverpool e Chelsea pela Supercopa da Uefa, uma sensação especial.
“Foi uma sensação muito especial quando entrei no estádio e a torcida estava realmente torcendo por nós, nunca experimentei isso e em uma partida tão grande. No aquecimento, olhei em volta e pensei, os outros times não estão aqui, então eles devem estar torcendo por nós”, falou ao The Sun.
Já em 2020, Stéphanie conduziu o jogo entre Juventus x Dínamo de Kiev, sendo a primeira árbitra a apitar uma partida da Liga dos Campeões. Neste ano, ela se tornou a primeira mulher a comandar uma partida do Real Madrid, que venceu o Celtic pela Champions.
Quando o assunto são as seleções, Frappart apitou a partida entre Holanda e Letônia pelas Eliminatórias Europeias para a Copa do Mundo, em 2021.
“A Copa do Mundo masculina é a competição mais importante do mundo, não só o futebol. Mas fui a primeira árbitra na França, a primeira na Europa, sempre a primeira. Eu sei como lidar com isso”, disse ao jornal inglês The Athletic.
“Os jogos masculinos e femininos são exatamentes iguais. O futebol feminino está cada vez mais rápido. É apenas a abordagem tática que é diferente. Mas é assim que existem diferentes estilos de jogo entre Europa, África e América do Sul. Quando você está arbitrando seleções, a única diferença é que o nível é maior, porque são os melhores jogadores do país”, completou.
O interesse de Frappart por futebol começou quando ainda era jogadora do Val d’Oise, mas largou a carreira aos 18 anos. Como já gostava das regras do jogo, resolveu tentar a carreira como árbitra.
Salima MukansangaA árbitra da Ruanda foi a primeira mulher a comandar uma partida na Copa Africana de Nações masculina. Salima costuma apitar jogos do Campeonato Nacional Feminino em seu país.
“Estar aqui significa que merecemos estar aqui, não é uma mudança ou porque somos mulheres”, disse Mukansanga a repórteres em Doha na última sexta-feira (18).
Salima é árbitra da Fifa desde 2012 e, no ano passado, apitou nos Jogos Olímpicos de Tóquio.
“É uma honra e um privilégio porque nunca aconteceu antes. Significa que você será a primeira e abrirá a porta para outras mulheres, especialmente na África. Isso significa que as oportunidades estão aí — e cabe a nós aproveitá-las e nos tornarmos produtivos a partir delas”, comentou à BBC Sport Africa.
Direto do Japão, Yoshimi Yamashita, é a única entre as mulheres que representa o continente asiático.
Ela já arbitrou na Copa do Mundo Feminina de 2019 e nos Jogos Olímpicos de Tóquio em 2020.
Além disso, Yamashita também se tornou a primeira mulher a apitar partidas masculinas na J-League e na AFC Champions League.
“Eu nunca pensei que seria possível arbitrar jogos masculinos, então a Copa do Mundo não estava em meus pensamentos. Não vejo nenhuma diferença entre o futebol masculino e o feminino, então o que está acontecendo no Catar precisa continuar”, disse ao jornal britânico The Sun.
Outras mulheres na arbitragemAlém delas, também foram convocadas pela Fifa três assistentes mulheres para fazer parte do time que está cobrindo da Copa do Catar. São elas: Kathryn Nesbitt, dos Estados Unidos, Karen Díaz Medina, do México, e Neuza Back, do Brasil.
A brasileira atuou no Mundial de Clubes, que aconteceu no Catar em 2021, e nos Jogos Olímpicos de Tóquio. A assistente faz parte do quadro de árbitros da FPF, CBF, Conmebol e Fifa.
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