O nível de endividamento do consumidor londrinense continua em seu patamar mais elevado da série histórica iniciada em 2016 pelo NuPEA – Núcleo de Pesquisas Econômicas aplicadas da UTFPR e que mostra que 8 em cada 10 famílias tem contas parceladas a pagar para os próximos meses.
Queda na renda e inflação alta ajudam a explicar esta situação, mas um outro ingrediente desta equação são as compras por impulso.
Pesquisa realizada recentemente e publicada no Jornal Eletrônico Nexo (10), revela como a personalidade impacta na impulsividade das compras e, especialmente nesta época do ano, merece atenção e ampla divulgação.
Uma decisão não planejada por você …
Por definição, compra por impulso é toda a aquisição feita sem pesquisa e sem planejamento, motivada por desejos momentâneos, que não refletem uma real necessidade, e não consideram as consequências futuras de comprometimento financeiro.
…, mas muito entendida pelo varejo …
A estratégia que visa despertar o desejo do comprador em adquirir um novo produto, usando técnicas que ativam o lado direito do cérebro, responsável pelas nossas emoções é amplamente conhecida e utilizada no mercado de varejo.
… e estimulada no mundo virtual…
A compra por impulso acontece em qualquer ponto de venda mais é intensificado nas compras feitas pela internet onde, segundo um estudo da Confederação Nacional de Dirigentes Lojistas, representam 44% das operações.
… que precisa de nossa atenção
Revelar ao consumidor informações sobre seus próprios comportamentos de compra certamente é uma maneira eficaz de ajudá-las a se tornarem consumidores mais conscientes e preparados para não caírem na armadinha do superendividamento.
A compra por impulso…
Sob coordenação da profa. Dra. Sibele Dias de Aquino da PUC-Rio, a pesquisa referenciada pelo Jornal Nexo, buscou testar se tipos de personalidade e elementos da influência social eram capazes de prever a compra por impulso.
… é mais associada a materialistas …
Pessoas com personalidade materialista são aquelas que dão grande importância à aquisição, avaliam seu próprio sucesso e o dos outros em termos de suas posses e acreditam que sua felicidade pessoal depende em parte da aquisição. São estas pessoas as mais propensas a compras por impulso.
… e menos associada a coletivistas
São menos susceptíveis a compras por impulso aquelas pessoas com orientação social que valorizam a experiência afetiva compartilhada, que buscam atender as necessidades de pertencimento, amor e filiação. O contato social é um objetivo por si só, evidenciando atributos mais afetivos e abstratos.
O importante deste estudo…
Cada pessoas tem suas características e o que é relevante nesta pesquisa da Dra. Aquino é o de predizer àquelas que teriam maior propensão a comprar por impulso, e isso em razão das implicações maléficas que tal comportamento pode trazer.
… é promover o autoconhecimento…
Incentivar e promover o conhecimento de si próprio favorece o desenvolvimento de uma forma mais equilibrada e consciente de consumido.
… e buscar o equilíbrio
Estudos assim possibilitam que cada indivíduo analise cuidadosamente suas tendências e pense se está ou não renunciando a algo importante ao fazer uma compra por impulso, especialmente em um momento que somos bombardeados por todo tipo de ofertas e promoções.
Marcos J. G. Rambalducci – Economista, é Professor da UTFPR. Escreve às segundas-feiras