São Paulo – A obra de poesia “Também Guardamos Pedras Aqui”, de Luiza Romão, levou o prêmio de melhor livro do ano na 64ª edição do prêmio Jabuti, o mais importante troféu anual da literatura brasileira, que divulgou seus vencedores na noite de quinta-feira (24).
O título da autora paulista, nascida em 1992, também saiu da premiação com a honraria de melhor obra poética. Ela não compareceu à cerimônia.
Já o livro “Escravidão – Volume 2”, de Laurentino Gomes foi o vencedor na categoria de melhor biografia e reportagem. A obra, que desbancou “Lula: Biografia – Volume 1”, de Fernando Morais, repetiu o feito que o seu primeiro tomo havia conquistado na mesma premiação, em 2020.
O primeiro livro a ser premiado foi “A vestida: contos”, escrito por Eliana Alves Cruz, consagrado vencedor da categoria contos.
Após mais de 20 minutos de atraso, a premiação começou com uma apresentação feita pela jornalista Adriana Couto. Em seguida, Vitor Tavares, presidente da Câmara Brasileira do Livro, falou sobre a importância das livrarias físicas. Outras pessoas subiram ao palco para discursar, deixando parte da plateia desconfortável com a demora.
Foi ao som de aplausos e gritos de alívio que os troféus começaram a ser distribuídos às 21h10. A segunda estatueta foi dada para “A lua na caixa d’água”, de Marcelo Moutinho, na categoria crônica. O premiado da categoria de histórias em quadrinho foi Marcelo Quintanilha, com “Escuta, formosa Márcia”.
A filósofa preta Sueli Carneiro é a personalidade homenageada desta edição. Ela escreveu livros como “Mulher Negra”, lançado em 1985, e “Racismo, Sexismo e Desigualdade no Brasil”, de 2011. “Sueli Carneiro é a justa tradução de autoras e autores que pararam de simplificar o Brasil”, afirmou em discurso Marcos Marcionilo, o curador do prêmio.
O livro “Sonhozzz”, de Daniel Kondo e Silvana Tavano, venceu como melhor livro infantil. Depois, “Romieta e Julieu”, de Ana Elisa Ribeiro, levou o prêmio na categoria de livro juvenil.
O livro consagrado como romance de entretenimento foi “Olhos de Pixel”, de Lucas Moto, publicado pela editora Plutão.
Logo após, a estatueta de romance literário, uma das mais aguardadas da noite, foi dada a “O som do rugido da onça”, de Micheliny Verunschk, lançado pela Companhia das Letras. Só mulheres concorriam nesta categoria.
O Jabuti voltou a ocorrer presencialmente no Theatro Municipal de São Paulo depois de duas edições realizadas virtualmente por causa da pandemia de Covid-19. A premiação ocorre em paralelo com a Flip, festa literária sediada em Paraty, no Rio de Janeiro, até domingo, dia 27. A homenageada de lá é Maria Firmina dos Reis, outra mulher negra, e a primeira a publicar um romance no Brasil.
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PRINCIPAIS VENCEDORES DO PRÊMIO
Livro do ano
‘Também Guardamos Pedras Aqui’, de Luiza Romão
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Biografia ou reportagem
‘Escravidão – Volume 2’, de Laurentino Gomes
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Romance literário
‘O Som do Rugido da Onça’, de Micheliny Verunschk
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Contos
‘Vestida: Contos’, de Eliana Alves Cruz
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Crônicas
‘A Lua na Caixa D’Água’, de Marcelo Moutinho
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