Moradores de áreas vulneráveis e o mercado de trabalho

“Oportunidade de Trabalho e Renda para Pessoas em Territórios Vulneráveis” foi o tema de debate do Fórum Desenvolve Londrina. O encontro foi realizado na sede da Unimed Londrina, na avenida Ayrton Senna, no dia 22 de novembro.

|  Foto: Ana Carla Dias 

Participaram do encontro Lua Gomes, coordenadora regional da Cufa (Central Única das Favelas); Pedro Marin, coordenador do Programa “Orçamento e Planejamento Público”, da Fundação Tide Setubal; Renata Amano, diretora da Fiação de Seda Bratac; e o comandante do 30º Batalhão da Polícia Militar do Paraná, tenente-coronel Marcos Antônio Tordoro. 

O tema proposto deste ano é o objeto de estudo do grupo Fórum Desenvolve Londrina, que busca levantar informações sobre o panorama de empregabilidade de populações periféricas e ampliar os diálogos sobre o assunto. 

Após abrir o evento pela manhã, o presidente do Fórum, Luciano Magalhães, avaliou a importância do debate, principalmente após os impactos da pandemia que acentuaram os desafios no mercado de trabalho.

“A mesa foi muito feliz em trazer esses painelistas. Tinha uma pessoa do setor privado, uma do setor público na figura da polícia, de investimento social privado, sendo a filantropia que é a minha organização, e uma de organização dos territórios. Isso está certo porque são problemas para todas as pessoas pensarem juntas mesmo. Mas, de fato, faltou trazer as pessoas dos territórios para estarem aqui, para conversarem, fazerem perguntas e ouvir. Precisamos pensar quais são os mecanismos para ter a presença dessas pessoas, garantir a estadia delas aqui era fundamental”, disse Pedro Marin, da Fundação Tide Setubal.

Trazendo diversos panoramas sobre as regiões periféricas de Londrina, onde há escassez de medidas de segurança e planejamento em moradia, Lua Gomes avalizou a situação. “Foi colocado aqui a visão de que, às vezes, o empresariado até quer chegar nesses locais e não consegue, mas na prática não é como funciona. Porque o empresariado também se fortalece quando a economia dos territórios descentralizados está forte, já que assim o poder de compras aumenta, porém, trazer essas pessoas não é fácil. Uma coisa é levar alguém para representar essa fala e marcar que o debate é amplo e plural, outra, completamente diferente, é você ser pautado através dos atores reais dessa pauta, aí fica mais difícil”, comenta a ativista social e educadora popular do cursinho Vista Bela.

Durante as apresentações foi destacado que a soma entre falta de segurança, distância de instituições sociais e empresas privadas e mobilidade urbana de alto custo resulta nos dados de alta taxa de desemprego nos locais vulneráveis na cidade.

O tenente-coronel Marcos Antônio Tordoro apresentou a importância do trabalho humanizado das forças de segurança. “Servidor público que não gosta de gente está na profissão errada”, disse durante a palestra. Para ele, estar nos ambientes mais afastados é importante para que a hostilidade diminua. “Temos estado lá ordinariamente, de modo a quebrar a hostilidade que existia entre as pessoas que estão lá com as forças de segurança. A PM é um dos braços mais ostensivos do Estado nos territórios, mas não basta somente se aproximar, porque não é só isso que quebra violência. Temos que aproximar e realizar ações de polícia a partir de aproximação e impactar as pessoas de modo positivo, especificamente as crianças.”

Territórios periféricos têm população majoritariamente preta e pobre e enfrentam um mecanismo de estrutura historicamente racista. No evento, foram apresentados números de combate à violência e também os possíveis programas sociais que podem ajudar na melhoria da qualidade de vida nessas áreas.

O evento está disponível no canal do Youtube do Fórum Desenvolve Londrina: https://www.youtube.com/watch?v=zJC_xnWJnnkReceba nossas notícias direto no seu celular! Envie também suas fotos para a seção ‘A cidade fala’. Adicione o WhatsApp da FOLHA por meio do número (43) 99869-0068 ou pelo link wa.me/message/6WMTNSJARGMLL1.

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