Chegamos 8 bilhões de pessoas no planeta agora em novembro, segundo a estimativa da ONU. Há toda uma série de desafios com essa quantidade de gente, mas bem diferente do que se imaginava. Antes acreditava-se que uma superpopulação dessa iria levar a um colapso do planeta, porém apesar desse risco ainda existir sabe-se que se puder ser bem administrado os recursos naturais não precisará ser uma catástrofe. Há tecnologias suficientes e muitas outras ainda serão desenvolvidas que permitirão o planeta e a humanidade coexistir. Não estamos totalmente garantidos, mas se o bom senso puder prevalecer não há necessidade de um fim dos tempos.
Temos recursos e meios para vivermos nesse planeta de maneira ‘equilibrada’, mas o que precisamos desenvolver, e isso sim está faltando, é uma certa consciência. Acredito fortemente que essa consciência pode vir da melhora da saúde mental de todos. Com mais saúde mental as pessoas não precisam estar ‘enlouquecidas’ e por isso mesmo não meterão os pés pelas mãos com tanta frequência.
Vamos pensar um pouco. A maior parte dos nossos problemas somos nós mesmos que causamos. Os maiores riscos que corremos somos nós que geramos. A miséria e infelicidade que muitas vezes estão difundidas em todo o planeta são frutos das nossas ações. Portanto, não estamos nos conduzindo de maneira sadia, somos irresponsáveis. Nós podemos e temos esse risco de trazer destruição a todo o planeta, mas também podemos salva-lo e torna-lo um lugar bem mais justo. Podemos ser mais responsáveis.
O que vai mudar como nos relacionamos com o planeta é a nossa mente, o grau da nossa saúde mental. Olhemos um indivíduo. Se ele não conta com uma boa saúde mental ele se envolverá em situações destrutivas, perigosas e sofrerá além da conta. Adoecerá de diversas maneiras, terá hábitos nocivos que só prejudicarão a si e os demais, seus relacionamentos serão tumultuados, enfim, sua vida poderá ser muito indigna. Já uma pessoa que conta com uma mente minimamente desenvolvida, ou seja, com uma saúde mental apropriada, se conduzirá de uma maneira muito mais sã, se respeitará mais e não ficará tão suscetível à suas emoções mais primitivas como ódio, avidez, inveja, etc.
Não que tais emoções vão deixar de existir. Elas sempre farão parte da natureza mental humana, mas nosso trabalho é poder lidar com essas partes assustadoras e violentas dentro de nós de uma maneira eficiente e menos danosa. Só desenvolvendo uma mente que isso se faz possível. Com uma mente temos a chance de nos preservarmos de nós mesmos.
Tecnologias para dar conta desse mundo temos muita e mais vão ser criadas, mas precisamos urgentemente aprender a lidar com nossas mentes. O perigo está justamente em permanecermos ignorantes de nós. Há milênios o budismo fala que a ignorância é o maior perigo para o humano. A psicanálise também entende que essa ‘cegueira’ sobre nossa própria vida mental é que é a causadora de tantos sofrimentos desnecessários. Todo mundo ultimamente percebe em algum grau o quanto as pessoas estão enlouquecidas e agindo muito violentamente. É que está na hora de nos atentarmos mais para a nossa saúde mental.
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A opinião do colunista não é, necessariamente, a opinião da Folha de Londrina
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