Doha, Catar – Lothar Matthäus já não tem papas na língua há algum tempo. O ex-jogador alemão, campeão do mundo em 90, hoje comentarista de TV, voltou a ser enfático quando questionado sobre a possibilidade de Neymar ser uma das estrelas da Copa do Mundo do Catar.
“Em 2018, ele só se jogava. Ele pode ajudar o time se não ficar se jogando. Ele tem que jogar bola, ele é excelente, a qualidade dele tem de ajudar o time. Quero vê-lo jogando bola, para que ficar fazendo teatro? Por favor!”, opinou Matthäus à reportagem, em conversa reservada com um grupo de dez jornalistas internacionais.
“Com um time bom, ele pode fazer a qualidade aparecer. Mas para ser o melhor jogador você tem de jogar para o time e, aí sim, você se destaca. O Brasil é um dos favoritos ao lado da Argentina, Neymar tem um bom time ao lado. Mas precisa jogar para o time, não para ele”, acrescentou. “O mesmo vale para Vinícius Jr, que é um grande jogador. Tem que jogar, o resto deixa para lá”.
Matthäus mostrou-se mais animado quando falou de outro jogador, o jovem Musiala, da Alemanha. “Ele pode ser o Messi no futuro. Tem só 19 anos e está muito focado, já sou fã dele há uns dois anos. Ele sabe o que tem que fazer, como fazer a diferença com a esperteza dele. Ele ama o futebol.
“O alemão lembrou-se de quando era técnico da Hungria e participou da estreia de Messi com a camisa da Argentina, um amistoso em Budapeste, em 2005. Curiosamente, Messi foi expulso dois minutos depois de ter entrado em campo -um dos três cartões vermelhos da carreira dele. “Eu estava lá, vi Messi com 18 anos. Musiala me lembra muito Messi”. Em outro momento “argentino” da conversa, lhe foi mostrada por um jornalista uma foto de Matthäus e Maradona em campo na final da Copa de 1986.
“Eu sinto falta de Diego. Eu sinto saudades dele, nos encontramos na última Copa do Mundo. Competimos nas seleções e também na Itália, eu na Inter e ele no Napoli. O mundo do futebol sente saudades dele, são grandes memórias.”
Por fim, novamente questionado pela reportagem, o alemão lembrou-se do curto período como treinador do Athletico-PR, em 2006. Foram seis vitórias e dois empates que precederam uma espécie de “fuga”. A mulher dele exigiu a volta imediata para a Alemanha -quem cobria o clube na época garante que ela teria descoberto um caso de adultério. “Às vezes erramos na vida, eu claramente cometi um erro ao deixar o Athletico após dois meses. Eu gosto do clube, sempre acompanho, vejo que partidas vão jogar”.
A reportagem perguntou se ele assistiu à partida final da Libertadores, entre Athletico e Flamengo, e ele disse que não -sem parecer saber muito do que se tratava.
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