Doha, Catar – Em um bom primeiro tempo, a seleção inglesa abriu vantagem de três gols contra o Irã. Bellingham abriu o placar aos 35 minutos. Saka ampliou aos 43 e Sterling marcou o terceiro já nos acréscimos de mais de 10 minutos, em razão a uma lesão grave sofrida pelo goleiro iraniano Beiranvand, durante um choque com o zagueiro Hosseini. Ele precisou ser substituído.
Conforme anunciado previamente em coletiva de imprensa pelo técnico Gareth Southgate, os jogadores da seleção da Inglaterra se ajoelharam antes do apito inicial na partida de estreia contra o Irã, nesta segunda-feira (21), na Copa do Mundo do Qatar.
Os jogadores se ajoelharam como forma de protesto ao assassinato sofrido por George Floyd, sufocado por um policial nos Estados Unidos, em maio de 2020. O gesto é uma manifestação antirracista que se tornou um marco no Campeonato Inglês, sendo feito pelos atletas antes dos jogos desde então.
“Discutimos sobre ajoelhar, e chegamos à conclusão que devemos fazer isso. É o que acreditamos como time, e temos feito isso por muito tempo”, disse Southgate, que enxerga uma mensagem importante e que deve ser transmitida para todos.
Vale pontuar que a Inglaterra foi uma das sete seleções que não aderiram o uso da braçadeira com cores do arco-íris, temendo uma punição da Fifa, que vetou a utilização da peça.
Inicialmente, o gesto fazia parte da campanha “No Room For Racism” (sem espaço para o racismo, em tradução). O acordo partiu de uma iniciativa dos 20 capitães dos clubes participantes da Premier League na temporada 2020.
A seleção inglesa deve se ajoelhar antes do início de todas as partidas do Mundial. Pelo Grupo B, a equipe ainda encara os Estados Unidos e o País de Gales, na segunda e terceira rodada, respectivamente, pela primeira fase.
“Desejamos que todos percebam que inclusão é muito importante”, finalizou o treinador.
BRAÇADEIRA
A Fifa bateu o pé, e as seleções europeias cederam. Ameaçado de receber cartão amarelo caso entrasse em Inglaterra x Irã com a braçadeira de arco-íris, o capitão Harry Kane foi a campo nesta esgunda-feira (21) para o segundo jogo da Copa do Mundo do Qatar, no estádio International Khalifa, com a faixa da campanha Sem Discriminação no braço, esta permitida pela entidade.
A intenção da Inglaterra -e das outras seleções europeias- era que o seu capitão entrasse em campo com a mensagem One Love na braçadeira, que tem as cores de arco-íris em apoio à causa LGBTQIA+.
A Fifa, porém, informou que o capitão do time que usasse a faixa arco-íris no braço seria advertido com um cartão amarelo antes mesmo de a partida começar, o que fez os países europeus recuarem.
Desta forma, Harry Kane foi a campo com a braçadeira da campanha “No Discrimination” (“Sem Discriminação”, em português), que estava prevista para começar apenas a partir das quartas de final e foi antecipada pela Fifa em meio à polêmica com a faixa arco-íris.
“A Fifa deixou muito claro que imporá sanções esportivas se nossos capitães usarem as braçadeiras no campo de jogo. Como federações nacionais, não podemos colocar nossos jogadores em uma posição em que possam enfrentar sanções esportivas, incluindo cartões amarelos, por isso pedimos aos capitães que não tentem usar as braçadeiras nos jogos da Copa do Mundo da FIFA”, diz trecho do comunicado emitido pelas Federações.
País-sede da Copa do Mundo de 2022, o Qatar tem sido cobrado pelo desrespeito a direitos humanos, sobretudo mulheres, imigrantes e o coletivo LGBTQIA+.Receba nossas notícias direto no seu celular! Envie também suas fotos para a seção ‘A cidade fala’. Adicione o WhatsApp da FOLHA por meio do número (43) 99869-0068 ou pelo link wa.me/message/6WMTNSJARGMLL1.