Absorvida pelo calendário do comércio nacional, a Black Friday marca o início de um período de aquecimento das vendas que se estende até o final de dezembro e a poucos dias da última sexta-feira de novembro, os varejistas anunciam promoções para atrair os consumidores. Uma pesquisa realizada pelo instituto Datacenso a pedido da Faciap (Federação das Associações Comerciais e Empresariais do Estado do Paraná) apontou que 64% dos comerciantes paranaenses programaram campanhas de ofertas para o próximo dia 25. Em Londrina, esse índice ficou um pouco acima, com um percentual de 66%.
O estudo revelou também que a expectativa dos lojistas paranaenses é de um crescimento de 12,6% nas vendas da Black Friday deste ano na comparação com a mesma data em 2021. Entre os comerciantes londrinenses, a projeção de aumento é de 9,4%. Embora mais modesta, a alta nas vendas esperada pelo comércio local na sexta-feira deve contribuir para um resultado bastante significativo até o final do ano. Segundo a pesquisa da Faciap, o varejo em Londrina aposta em uma expansão de 15,6% nas vendas de novembro e dezembro, demonstrando um otimismo maior em relação à soma do Estado, que ficou em 11,9%.
Parte desse resultado, afirmou o presidente da Faciap, Fernando Moraes, se deve às vendas da Black Friday que, segundo ele, já é a principal data comemorativa em dia único para o varejo. E para a edição deste ano, o diferencial é a Copa do Mundo. O evento esportivo deve contribuir para impulsionar ainda mais as vendas, especialmente de eletrônicos, que estão entre os itens mais consumidos na ação promocional de novembro. “Há quem compre os presentes de Natal na Black Friday, mas nesta data os consumidores procuram mais oportunidades para eles mesmos”, disse Moraes.
Em relação à expectativa de crescimento de 12% no Paraná, auferida pela pesquisa, o presidente da Faciap ressaltou que no ano passado a Black Friday aconteceu em meio a falta de produtos provocada pela redução no ritmo de produção das indústrias em razão da pandemia de Covid-19. Quando ocorre a escassez de produtos, explicou Moraes, há um impacto nos preços, o que inviabiliza a concessão de descontos significativos, o grande apelo comercial da data. “O ano passado não foi um bom ano para a Black Friday. Por isso, há a expectativa de melhora neste ano”, avaliou.
Enquanto para os consumidores as promoções do varejo em novembro são uma oportunidade de antecipar as compras de final de ano, para os varejistas a data promocional é uma chance de fazer os estoques circularem, destacou o diretor comercial da Acil (Associação Comercial e Industrial de Londrina), Angelo Pamplona. “Geralmente, a Black Friday traz benefícios para o comércio, pois aquece a economia e permite a renovação de estoque, mas também para os consumidores, que encontram bons descontos. É importante que o consumidor pesquise bastante e o comerciante ofereça descontos reais para a Black Friday permanecer como uma data importante no calendário do varejo.”
Grande parte dos lojistas de Londrina já colocou cartazes em suas vitrines com as promoções da Black Friday. Muitos deles programaram o mês todo de ofertas, o chamado Black November. Os consumidores que aguardaram até agora para comprar poderão encontrar bons descontos. Em alguns estabelecimentos, a redução nos preços chega a 60%.
Nas lojas de móveis e eletrodomésticos, os vendedores percebem a influência da Copa do Mundo nos desejos dos clientes. Sofás e televisores grandes, acima de 50 polegadas, são itens com bastante procura nos últimos dias. Mas alguns modelos específicos já se esgotaram e não devem ter reposição tão rápida. Segundo os lojistas, a fabricação de eletroeletrônicos no país não foi completamente restabelecida, devido à pandemia e também à guerra entre Rússia e Ucrânia, que afeta o mercado de componentes e matéria-prima, diminuindo a oferta de produtos.
Ainda assim, o movimento de consumidores nos estabelecimentos comerciais é animador. Gerente de uma unidade da Móveis Brasília, Alexandre Gomes aposta em um aumento de 30% nas vendas ante o mesmo período do ano passado e os estoques foram reforçados, “contando com a Black Friday e a Copa”. Na rede, a promoção começou no início do mês e, na linha de móveis, os descontos ficam entre 40% e 50%. Para os eletroeletrônicos, os descontos são um pouco menores, mas também têm atraído os compradores. “Muita gente antecipa as compras de Natal e o movimento não fica forte só em dezembro. Quem iria esperar pelas ofertas de janeiro já compram agora, na Black Friday.”
Na Paraná Colchões, as ofertas também estão sendo anunciadas desde o início de novembro, mas a procura “caminha lentamente”, segundo a vendedora Juliana Castro. Ela acredita que muitos consumidores passam um período pesquisando os preços e esperam para ir às compras no dia da Black Friday na esperança de conseguir um desconto ainda maior e melhores oportunidades. “Mas aqui na loja todos os descontos possíveis já foram liberados para que as pessoas fossem se antecipando nas compras. Os descontos chegam a 40%. Por enquanto, os consumidores estão pedindo muito orçamento e acredito que devem deixar para comprar no dia 25.”
A servidora pública aposentada Lídia Pelisson ainda não decidiu se irá ou não comprar na Black Friday, mas quando circula pelo centro da cidade os anúncios das ofertas têm chamado a sua atenção. “A gente fala que não vai comprar nada porque gasta agora e depois tem que gastar de novo no Natal, mas tem coisas que a gente precisa e aparecem com um bom desconto. Aí, é bobagem não aproveitar. No ano passado, comprei uma air fryer e uma cafeteira e valeu muito a pena. Fiz uma boa economia.”
“Eu só compro na Black Friday se um produto que eu iria comprar de qualquer forma aparece com um excelente desconto. Comprar qualquer coisa só porque está barato não é vantagem. Melhor guardar o dinheiro, que está cada vez mais curto e tão difícil de ganhar”, disse a dona de casa Mariana Ribeiro de Jesus.
Videogames, celulares, TVs e air fryer lideram lista de desejos
Um estudo encomendado à PiniOn pela ACSP (Associação Comercial de São Paulo) apontou que dois a cada cinco brasileiros pretendem aproveitar as ofertas da Black Friday para antecipar as compras de Natal. Os consumidores entrevistados também afirmaram que a Copa do Mundo deve impulsioná-los para as compras. Entre as 1.663 pessoas consultadas em todo o país, 39,3% disseram que farão compras nesta data e 24,2% ainda não haviam decidido se iriam adquirir algum produto ou não. A parcela dos que responderam não ter intenção de consumir somou 36,5%.
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Com relação ao motivo de comprar durante a Black Friday, 20,6% dos consultados declararam que pretendem antecipar os presentes de Natal; 46,4% têm intenção de comprar itens que estejam precisando e a maioria (54,3%) respondeu que deseja comprar para aproveitar as grandes promoções e descontos oferecidos na data.
Sobre os tipos de produto com mais apelo entre os consumidores, uma pesquisa do Google divulgada no final de outubro revelou que os aparelhos eletrônicos estão no topo da lista de desejos. Entre os 500 brasileiros das classes A, B e C que declararam conhecer a Black Friday, 86% disseram ter interesse em videogames e jogos. Em seguida, estão os celulares (85%), TVs (83%) e computadores, tablets e periféricos (80%).
Na categoria dos eletroportáteis, a airfryer domina as intenções de compra, com 56% dos consumidores declarando interesse em levar uma para casa. A fritadeira elétrica sem óleo é a favorita nas três classes sociais. Entre os públicos A e B, 65% colocam a air fryer como o principal item da lista de compras. A panela elétrica aparece em segundo lugar, com 39%, e o aspirador de pó vem em terceiro, com 37%.
A air fryer também é o produto favorito da classe C, mas a proporção é menor (49%). Grills e sanduicheiras estão na segunda colocação da lista de preferências, com 38%, seguidos por batedeiras e liquidificadores (35%).
Entre os eletrodomésticos, fogão e cooktop foram citados por 44% dos entrevistados. Na sequência, aparecem microondas (40%) e geladeira (38%).(Folhapress)
Nas lojas on-line, é preciso estar atento aos golpes
Tão movimentadas quanto as lojas físicas na Black Friday são as lojas on-line. As vendas no comércio virtual na data devem crescer 3,5% sobre o resultado de 2021, somando R$ 6,05 bilhões em movimentações, segundo projeta a ABComm (Associação Brasileira de Comércio Eletrônico).
No ambiente virtual, no entanto, os consumidores estão mais vulneráveis e é preciso tomar cuidado para não cair em golpes. Optar por lojas de confiança já é meio caminho andado para evitar as fraudes, mas há outras formas de se precaver. Especialista em marketing e em estratégia de negócios, Frederico Burlamaqui orienta a buscar por empresas com credibilidade e boa reputação. Para isso, o consumidor deve estar atento à pontuação e vale também gastar um tempo lendo as avaliações de outros compradores. E sempre desconfie de produtos muito baratos.
Se mesmo seguindo essas dicas ainda houver dúvida, Burlamaqui recomenda fazer uma busca em plataformas como Reclame Aqui ou no Procon da sua cidade. Para lojas menores, uma sugestão é verificar os comentários nas redes sociais. E é importante também evitar clicar em links de promoções que chegam pelo WhatsApp, SMS ou até mesmo em publicidades nas redes sociais. Viu o anúncio de um produto e se interessou? Vá ao site oficial da loja e se certifique de que a promoção realmente existe. “Essa é uma das táticas usadas por golpistas”, alertou o especialista.(Reportagem Local)
Dicas para não cair em golpes da Black Friday:
– Veja se o site tem credibilidade e boa reputação;
– Leia a opinião de outros compradores;
– Interaja com a loja, fazendo perguntas sobre o produto e a entrega;
– Desconfie de produtos muito mais baratos do que o valor médio de mercado;
– Faça busca em plataformas como Reclame Aqui e Procon;
– Confira as redes sociais de lojas menores;
– Não clique em promoções recebidas via Whatsapp e SMS;
– Evitem clicar em banners promocionais;
– Evite pagar no PIX, preferindo cartão de crédito nas versões virtuais, pois é mais fácil contestar;
– Faça operações em uma conexão segura de wi-fi, evitando usar uma rede pública, onde seus dados podem ser violados.
Fonte: Frederico Burlamaqui, especialista em marketing e estratégias de negócios
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