EDITORIAL: Os impactos de um trânsito violento

O brasileiro assiste cenas de violência no trânsito todos os dias, tanto que o país está entre os que mais matam no mundo. Em Rolândia, na Região Metropolitana de Londrina, na noite do último domingo (13), mais uma triste ocorrência deixou uma pessoa gravemente ferida. Um motorista, que se constatou estava embriagado, invadiu com o carro em alta velocidade um bar onde um grupo de pessoas assistia pela televisão ao jogo entre Internacional e Palmeiras. 

À Polícia Militar o condutor confessou que não tem CNH (Carteira Nacional de Habilitação) e que havia saído “para dar umas voltas” com a esposa, admitindo também que tinha “consumido umas latas de cerveja” antes de sentar na direção do carro. 

O acidente foi na esquina das ruas Antenor Ferri e Arthur Thomas e foi registrado por câmeras de segurança. Segundo testemunhas, o carro que invadiu o estabelecimento avançou a preferencial, sendo atingido por outro veículo. Os motoristas e os passageiros não se machucaram. 

O homem que foi atropelado dentro do bar sofreu fratura exposta nas pernas e foi encaminhado inicialmente para o hospital São Rafael, em Rolândia, e depois para o Evangélico, em Londrina. Um familiar da vítima informou que uma das pernas precisou ser amputada. 

À reportagem da Folha de Londrina, o dono do bar, José Osmar Zinho Longhin, disse que os acidentes são frequentes naquele cruzamento e por isso ele já pediu à prefeitura da cidade a instalação de redutor de velocidade. “Mas falaram que como a cadeia pública fica a 300 metros de distância, o trajeto tem que permitir um pouco mais de velocidade à polícia em caso de transferência, rebelião. Mas é um local perigoso, abusam da velocidade e tem muita imprudência.”

As cidades precisam ser mais seguras para o trânsito pensando a partir do seu desenho urbano e ninguém melhor que o cidadão que mora e trabalha nos bairros para apontar os locais que precisam de algum tipo de atenção por parte do poder público. Pode ser um redutor, como queria o dono do bar, mas pode ser outra solução que um especialista em urbanismo indicar. Mas uma resposta precisa ser dada. 

Do mesmo modo, é preciso falar com mais frequência em um país com alta taxa de violência no trânsito sobre os motivos que levam homens e mulheres a continuarem ingerindo bebidas alcoólicas instantes antes de dirigirem, mesmo sabendo que estão cometendo um crime e conscientes de todos os riscos e consequências desse ato. A lei não surte efeito ou as campanhas de conscientização não conseguiram sensibilizar o brasileiro?

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