Polícia japonesa enviará investigadores para Londrina

A  Polícia da Província de Osaka, no Japão, enviará investigadores para Londrina para  expor os detalhes do caso do homicídio de Manami Aramaki, 29, e de sua filha mais velha Lily, 3, crime ocorrido no fim de agosto. O autor desferiu várias facadas, causando perfurações profundas nos corpos das vítimas. A data provável da chegada dos investigadores é 19 deste mês.

O principal suspeito é o paranaense Anderson Robson Barbosa. No final de agosto, a polícia da província de Osaka obteve um mandado de prisão contra ele por suspeita de assassinato de mãe e filha e o colocou em uma lista nacional de procurados. No entanto, no Brasil não há condenação contra ele e a Interpol (Organização Internacional de Polícia Criminal) não o colocou na lista vermelha de pessoas procuradas, que possui 7.114 nomes. A representação da Interpol no Brasil, Polícia Federal, informa que o caso está sendo acompanhado. Todavia não fornecerá detalhes sobre o seu andamento.

Investigadores da cidade de Sakai, província de Osaka, devem vir a Londrina entregar documentos da investigação. |  Foto: iStock 

A defesa de Barbosa havia solicitado a “internacionalização dos documentos para que depois ocorra o mandado de prisão”, ou seja, a polícia precisa enviar todo o processo da investigação sobre o caso para o Brasil. Os investigadores japoneses que virão a Londrina devem entregar os materiais de investigação traduzidos para o português e pedirão colaboração às autoridades locais para a detenção e entrega de Barbosa. A reportagem tentou conversar com o advogado de Anderson Barbosa, mas ele não retornou as tentativas de contatá-lo.

A Constituição do Brasil proíbe a extradição de seus cidadãos para países estrangeiros. A polícia da província está considerando pedir punição por procuração se a extradição não for realizada, e aguardar como as autoridades locais responderão.

Barbosa e Manami estavam casados há três anos e moraram por dois meses no apartamento onde ocorreu o crime. O duplo homicídio ocorreu em Hiokiso Nishimachi, distrito de Higashi, cidade de Sakai, entre a noite de 20 de agosto e a manhã do dia seguinte. A morte foi descoberta depois que o pai de Manami chamou a polícia no dia 24 de agosto, dizendo que não conseguia entrar em contato com a filha nem com o marido dela desde o dia 22 de agosto. Barbosa ligou para o local onde trabalhava duas vezes no dia 22 de agosto afirmando que havia se machucado após um acidente de bicicleta. Na ocasião, ainda pediu uma licença de duas semanas. Desde então, não foi mais visto.

Por meio de imagens de câmeras de segurança, a polícia identificou que o brasileiro pegou um trem na manhã do dia 21 de agosto. Ele teria passado um tempo em Nanba, em Osaka, e depois comprou uma passagem de avião retornando ao Brasil. As investigações confirmaram que Barbosa embarcou no Aeroporto Internacional de Narita, ao leste de Tóquio, na noite seguinte.

Algumas imagens dele circulando no aeroporto de Narita foram divulgadas pela polícia japonesa. Barbosa teria feito escala em Dubai até chegar ao Brasil. O suspeito desembarcou em Guarulhos (SP) e teria ido a Cambé (Região Metropolitana de Londrina), onde a família reside. No entanto, nenhum dos vizinhos viu Anderson Barbosa no local. A defesa dele apenas informou que ele estaria na região e que se apresentaria no momento certo, fato que ainda não ocorreu.

A reportagem da FOLHA foi à residência dos pais de Anderson nesta segunda-feira (14), mas ninguém atendeu a equipe.  Uma das pessoas que mora na região diz que há movimentação na casa, mas não é possível afirmar que Anderson Barbosa frequente o local. 

Quando visitou a Folha de Londrina em setembro deste ano, o embaixador japonês no Brasil, Teiji Hayashi, afirmou que as polícias japonesa e brasileira possuem uma cooperação muito forte ao longo do tempo. “Se necessário, as duas polícias podem trabalhar juntas sem problema., disse na época.

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