Só com o pensamento, startup já permite comprar online ou teclar mensagens

Ao chegar no aporte de investimento em 70 milhões de dólares, a startup Synchron, com tecnologia de interface cérebro-computador, atingiu o seu objetivo inicial. Em Nova York, um paciente tetraplégico e sem a capacidade de falar, com Esclerose Lateral Amiotrófica, recebeu um implante de 1,5 polegadas em um de seus vasos sanguíneos cerebrais. Segundo informações divulgadas pela Bloomberg, inicialmente, e confirmadas posteriormente pelos executivos da startup, o dispositivo implantado funciona como um “tradutor” de pensamento, permitindo a comunicação do paciente, via mensagem de texto.

A autodenominada empresa de transferência de dados cerebrais já havia realizado os primeiros implantes em quatro pacientes na Austrália, terra do médico co-fundador e atual CEO, Tom Oxley. A leve incisão no pescoço dos pacientes (veia jugular) segue para um alinhamento do micro dispositivo em um vaso sanguíneo, com conexão ao córtex motor.

Além da mensagem de texto, os primeiros resultados, sem efeitos colaterais, segundo os executivos, incluem compras online e, inclusive, um tweet publicado por um paciente australiano de 62 anos, por meio da conta do diretor executivo.

Nos EUA, há aproximadamente um ano, a empresa anunciava o sinal verde da agência federal FDA – Food and Drug Administration – para o primeiro paciente americano receber a neuroprótese motora, chamada de Stentrode. O implante, ocorrido no último dia 6 de julho, colocou a startup à frente de concorrentes como Neuralink, aposta de Elon Musk no setor de neurotecnologia. 

A finalidade da Synchron é o uso dos dados cerebrais para controlar dispositivos digitais e proporcionar independência aos pacientes. O procedimento de incisão da Stentrode é mencionado pela empresa como mais avançado do que a já conhecida matriz de Utah, tecnologia de interface cérebro-computador, amplamente utilizada em testes com animais pela empresa de Musk, por exemplo. A meta final da startup é ajudar no tratamento e diagnóstico de uma série de doenças neurológicas, por meio da interface cérebro-computador nomeada de Eletrofisiologia Neurointervencionista (Neuro EP)

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