BRASÍLIA, DF (FOLHAPRESS) – O vice-presidente Hamilton Mourão defendeu nesta quinta-feira (24) que os países ocidentais forneçam ajuda militar à Ucrânia e afirmou que o Brasil não está neutro no conflito desencadeado no leste europeu.
“Tem que haver uso da força, realmente um apoio à Ucrânia, mais do que está sendo colocado. Está é a minha visão. Se o mundo ocidental pura e simplesmente deixar que a Ucrânia caia por terra, o próximo vai ser a Moldávia, depois os estados bálticos e assim sucessivamente. Igual a Alemanha hitlerista fez no final dos anos 30”, declarou o vice.
A fala de Mourão com críticas à Rússia e ao presidente Vladimir Putin difere da postura adotada até o momento pelo Itamaraty, que tem evitado apontar o dedo para o Kremlim.
Mourão fez ainda outra comparação entre a situação atual e a expansão militarista da Alemanha nazista comandada por Adolf Hitler.
“A Rússia depos de um período aí de busca de equilíbrio [após o fim da União Soviética] voltou a buscar esses seus interesses, encarnados na figura do Putin. O mundo ocidental está igual ficou em 1938 com o Hitler, a base do apaziguamento. E o Putin não respeita o apaziguamento, essa é a realidade”.
O vice reforçou ainda acreditar que meras sanções econômicas não são suficientes.
“Então, se não houver uma ação bem significativa -e na minha visão meras sanções econômicas, uma forma intermediária de intervenção, não funcionam. Vamos lembrar que o Iraque passou mais de 20 anos sob sanções econômicas e nada mudou. O Irã está há não sei quanto tempo sob sanção econômica e também nada mudou. Consequentemente, o sistema internacional pode ser rachado, abalado e nós vamos voltar para os tempos das cavernas, onde cada um faz o que quer e o que bem entende. E não há respeito entre os povos, entre as nações, o conceito de soberania se dissolve a partir do momento em que um estado mais forte julga que pode meter a mão num estado mais fraco e continuar tudo como dantes”, declarou.
“O Brasil não está neutro. O Brasil deixou muito claro que respeita a soberania da Ucrânia. O Brasil não concorda com a invasão do território da Ucrânia, isso é uma realidade”, concluiu.