SÃO PAULO, SP, E BRASÍLIA, DF (UOL/FOLHAPRESS) – O presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, e o da Ucrânia, Volodimir Zelensky, conversaram neste domingo (13) por telefone sobre a concentração de forças russas na fronteira ucraniana. Segundo informou a Casa Branca, os dois chefes de Estado acordaram em insistir com a “diplomacia e a dissuasão” para reduzir a tensão militar na região.
“Os dois líderes coincidiram na importância de manter a diplomacia e a dissuasão em resposta à concentração de forças militares russas nas fronteiras com a Ucrânia”, declarou a Casa Branca sobre o telefonema, que durou cerca de 50 minutos.
Com o temor crescente do Ocidente de uma eventual invasão russa, a Casa Branca acrescentou que Biden “deixou claro que os Estados Unidos responderão rápida e decisivamente, juntamente com seus aliados e parceiros, a qualquer agressão da Rússia à Ucrânia”.
Ainda neste domingo, em entrevista à CNN, o conselheiro de Segurança Nacional da Casa Branca, Jake Sullivan, afirmou que os Estados Unidos acreditam que a Rússia pode invadir a Ucrânia a qualquer momento, mas ainda trabalha por saídas diplomáticas.
De acordo com Sullivan, a posição territorial das forças russas permitiria uma invasão antes do final das Olimpíadas de Inverno de Pequim, em 20 de fevereiro.
No sábado (12), o jornal The New York Times afirmou que a data planejada pelo presidente russo, Vladimir Putin, seria a próxima quarta-feira (16). Porém, analistas alertam para possíveis esforços russos de desinformação.
O conselheiro Jake Sullivan disse que os EUA e seus aliados estão preparados para responder “imediata e decisivamente” caso a Rússia avance.
O chanceler alemão, Olaf Scholz, também alertou também neste domingo a Rússia sobre sanções imediatas e “reações duras” se atacar a Ucrânia, mantendo um tom duro antes de uma reunião nesta semana com Putin.
O embaixador russo na Suécia, Viktor Tatarintsev, disse, no entanto, que seu país “não dá a mínima” para as possíveis sanções das nações ocidentais. “Já tivemos tantas sanções e, de alguma forma, elas tiveram um efeito positivo em nossa economia e agricultura”, afirmou o veterano diplomata.
Biden e Putin conversaram no sábado (12) por telefone sobre a situação. O presidente americano advertiu Putin sobre “custos severos” que a Rússia enfrentaria se invadisse a Ucrânia. O líder russo, por sua vez, declarou que a suspeita de um ataque contra os ucranianos era uma “especulação provocativa”.
A crise surgiu depois da mobilização de mais de 100 mil militares russos para a fronteira com a Ucrânia há várias semanas. Moscou, porém, tem negado reiteradamente que queira atacar a antiga república soviética, mas exige certas garantias na questão da segurança.
O principal entrave às negociações diz respeito à Otan (Organização do Tratado do Atlântico Norte). Os russos querem uma certeza de que a Otan não admita entre seus membros a Ucrânia, uma concessão que o Ocidente não aceita fazer.