Servidores públicos do Dnit (Departamento Nacional de Infraestrutura e Transportes) e empresas responsáveis pela execução e supervisão de obras contratadas pelo órgão no Paraná são o alvo nesta quinta-feira (10) Operação Rolo Compressor, da PF (Polícia Federal) em parceria com a CGU (Controladoria-Geral da União) e Receita Federal.
A Operação Rolo Compressor foi deflagrada pela Polícia Federal em parceria com a CGU e Receita Federal. | Foto: Comunicação/CGU
As apurações iniciaram a partir de denúncias de pagamento de vantagens indevidas a servidores da Superintendência Regional do DNIT no Paraná por empresas contratadas pelo órgão. Até o momento, as investigações já evidenciaram elementos consistentes que indicam o recebimento de vantagens indevidas, consubstanciadas em movimentação de dinheiro em espécie sem lastro nos saldos bancários declarados e ocultação de patrimônio em nome de terceiros.
Um dos contratos objeto da investigação, referente a obra de duplicação de trecho da Rodovia BR-163/PR, possui valor atualizado de mais R$ 700 milhões, sendo que trabalho de auditoria da CGU (Relatório nº 201801063) apontou sobrepreço e superfaturamento de R$ 60 milhões.
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IMPACTO SOCIAL
Os desvios de recursos públicos desta obra causam grande prejuízo à população e ao setor produtivo, já que a BR-163/PR é uma das rodovias mais importantes para o estado do Paraná e para o país em razão de sua importância estratégica para o escoamento da produção agrícola e integração das regiões Sul e Norte.
DILIGÊNCIAS
A Operação Rolo Compressor consiste no cumprimento de 26 mandados de busca e apreensão em cinco estados (Paraná, Mato Grosso, Santa Catarina, Minas Gerais e São Paulo) e no Distrito Federal; um mandado de prisão temporária, além do afastamento de cinco servidores públicos e bloqueio de bens dos investigados. O trabalho conta com a participação de 124 policiais federais, 17 auditores da CGU e seis auditores da Receita Federal.
A CGU, por meio da Ouvidoria-Geral da União (OGU), mantém a plataforma Fala.BR para o recebimento de denúncias. Quem tiver informações sobre esta operação ou sobre quaisquer outras irregularidades, pode enviá-las por meio de formulário eletrônico. A denúncia pode ser anônima, para isso, basta escolher a opção “Não identificado”.
A investigação, iniciada em 2015, diz respeito a fraudes em contratações e execução de obras públicas, incluindo superfaturamento e sobrepreço, visando o desvio de recursos públicos, além de atos de corrupção e lavagem de dinheiro, com indícios de que o esquema criminoso funcionava há mais de uma década.
Ainda segundo a PF, um dos investigados foi preso e cinco servidores públicos foram afastados cautelarmente e tiverem seus bens bloqueados. (com Agência Brasil e CGU)