RIO DE JANEIRO, RJ (UOL-FOLHAPRESS) – O Flamengo publicou o balanço referente ao ano de 2021. O documento confirma uma receita bruta superior a R$ 1 bilhão no ano passado, é um recorde para um clube do futebol brasileiro. Em números exatos, o valor bruto contabilizado pelo clube foi de R$ 1.081.779. Assim, foi possível fechar 2021 com um superávit de R$ 177,6 milhões – o maior superávit contábil da história do Flamengo.
Na análise das razões para esse volume todo é importante ressaltar que parte dos contratos de transmissão referentes ao Brasileirão 2020 entraram em 2021, já que o calendário foi alterado por causa da pandemia a Série A foi encerrada ao fim de fevereiro.
O clube fez um relatório no qual separou receitas que seriam só do ano-calendário de 2021. Tirando da conta os resquícios de 2020, a receita operacional bruta, segundo o Flamengo, seria de R$ 992 milhões. De acordo com o documento, o número bateria até o ano histórico de 2019, que teve título de Libertadores e Brasileirão e fechou com receita bruta de R$ 950 milhões.
Segundo a prestação de contas do Fla, o clube terminou o ano passado com R$ 127 milhões em caixa. Em carta, o presidente Rodolfo Landim citou que os números refletem “superação”, diante dos desafios da pandemia.
Destrinchando as origens de receita no futebol, o Flamengo arrecadou R$ 160,2 milhões com patrocínio e publicidade, mais R$ 198 milhões em premiação, exposição e performance nas competições. Somando os valores de direitos de TV, especificamente aqueles que são da parte fixa do contrato e dos serviços de pay-per-view, a soma dá R$ 251,5 milhões.
Em bilheteria, o clube ainda conseguiu arrecadar R$ 28 milhões que já foi melhor que R$ 26,7 milhões arrecadados em dois meses e meio de estádios abertos no início de 2020, antes da pandemia. Em 2021, R$ 37,8 milhões entraram nos cofres via sócio-torcedor, contra os R$ 61,9 milhões de 2020.
No quesito transferências de jogadores, o Flamengo contabilizou um valor global de R$ 278,4 milhões, sendo R$ 268,5 milhões em venda de direitos federativos e R$ 9,8 milhões com mecanismo de solidariedade e empréstimos. Só a venda de Gerson ao Olympique de Marselha foi responsável por R$ 123,4 milhões.
Em relação a investimentos que saíram do caixa em 2021, o dirigente pontuou que “foram pagos R$ 190 milhões para a compra de direitos federativos de jogadores, uma demonstração de que o investimento em performance esportiva é cada vez maior”.
No âmbito contábil, as compras de jogadores são lançadas por inteiro no balanço do ano em questão, mesmo que parcelas sejam pagas efetivamente em anos seguintes. É o caso da negociação de Pedro. É possível verificar que o valor reconhecido da compra dele junto à Fiorentina ficou em R$ 102,6 milhões, apenas no que diz respeito à Fiorentina. O Flamengo ficou de pagar mais R$ 9,7 milhões a quatro outras diferentes agências pela intermediação no negócio.