Consultoria para viagens demanda profissionalismo

Para muitas pessoas, viajar significa mais do que tirar férias. É sinônimo de crescimento cultural, pessoal e também uma pausa na rotina de casa e do trabalho. A busca por destinos, pontos turísticos e experiências se soma a uma série de expectativas,  sentimentos universais e um quesito é essencial para um jornada bem sucedida: planejamento. 

Se o check-list da bagagem é hábito dos mais organizados, contar com um profissional que dê suporte desde o roteiro de viagem até o retorno para casa  é também uma das prioridades dos turistas que já aprenderam que a assessoria de um agente é um grande diferencial para uma experiência bem-sucedida. 

Atendimento personalizado e humanizado

Roseli Ferreira, a Rosinha da “Eu Topo”, vive em Londrina e  atua no mercado desde 2014, quando uma viagem à Europa despertou nela o sentimento de compartilhar seus conhecimentos com mais pessoas que buscam conhecer lugares e viver momentos de lazer com um serviço à altura dos anseios. 

O comprometimento persegue a profissional. “Uma viagem é a realização de um sonho e nossos viajantes sempre idealizam a viagem perfeita. Meu papel nesse processo é entender quais são esses sonhos, verificar as expectativas e trazer pra realidade, por meio de um planejamento. Porque viajar é isso planejamento financeiro, de tempo de viagem, passeios diários. Por isso, nosso processo de venda é  humanizado para conhecermos o viajante e estabelecer um relacionamento  vai além do comercial”, sustenta. 

Ferreira alerta  sobre a necessidade de atualização e  conhecimento em todas as áreas. “Como em todo ramo, é preciso  estar ligado em tudo. No cenário atual, precisa saber regras de entrada em relação à COVID, por exemplo,  as documentações necessárias para embarque,  saber sobre a cultura, religião do país para não ferir regras.  O mercado de turismo gira rápido e as informações também, se você tem algum furo de informação acaba comprometendo a rota”, diz.

A agente explica que antes da viagem  são realizadas constantes reuniões por vídeos com os viajantes do grupo antes do embarque, para que nada saia fora do programado. “Os comentários que sempre recebemos são elogios ao nosso parcelamento e, principalmente, ao atendimento. Como falamos anteriormente, ele é totalmente humanizado para estabelecermos um relacionamento com os viajantes”, divide. 

Sobre o mercado de trabalho, ela que um agente precisa amar viajar e buscar conhecimento na área. “O público existe, basta você querer e ter atitude. Hoje, cresceu o número de pessoas que criam o próprio roteiro, mas nada melhor que um agente para te dar suporte e toda a assistência na viagem. No nosso modelo de viagem, essa dor de cabeça de montar roteiro diário, por exemplo, não existe”, expõe. 

Turismo para solteiros e mercado de trabalho

Quando terminou um relacionamento duradouro, a fundadora da agência Single Trips, sediada em São Paulo,  Renata Guedes sentiu-se totalmente sozinha, sem amizades, sem energia e com baixa autoestima. Decidiu que não seria alguém que desistiria de viver um sonho por estar solteira e buscou em grupos de viagem a companhia que faltava.

Depois do primeiro roteiro, descobriu-se e mergulhou no mundo dos solteiros viajantes. Trocou a fisioterapia pelo turismo e passou a ajudar as pessoas trazendo autoestima, segurança e companhia. Criou a Single Trips, uma agência de viagens especializada em roteiros para solteiros, cujo objetivo é promover experiências compartilhadas e novas amizades.

Renata Guedes organiza viagens para pessoas solteiras, divorciadas e viúvas, além das casadas cujos maridos ou filhos não podem acompanhá-las na viagem |  Foto: Arquivo pessoal 

Guedes explica que  para ser um agente de viagens  não existe regra específica e o ideal é realizar cursos e especializações na área como graduação em Turismo, Hospitalidade e Lazer. No seu caso, sempre fui apaixonada por viagens desde criança. Ela conta que desde o início, se capacitou em cursos. “Vou pessoalmente fazer visitas técnicas para escolher a dedo cada atração, hospedagem e experiências que estarão no roteiro”.

Sobre o mercado atual, Guedes lembra que a pandemia fez as pessoas lembrarem ainda mais sobre como é bom viajar. Com a abertura das fronteiras,  houve um aumento na procura por destinos, tanto internacionais quanto nacionais, pois percebemos também o quanto o Brasil possui destinos maravilhosos.   

De acordo com a expert, um agente de viagem trabalhando na cidade de São Paulo ganha cerca de R$ 2.656,74 (média do piso salarial 2022 de acordos, convenções coletivas e dissídios) para uma jornada de trabalho de 43 horas semanais. “A remuneração depende da agência. No geral, são acordados um fixo e pode haver uma comissão”, sustenta. 

Em relação ao perfil do profissional, destaca que é preciso  ser um bom ouvinte e empatia. “Somente escutando o que o cliente deseja e percebendo o que lhe faz falta e no que o agente poderá ajudar. Saber se colocar no local do cliente faz total diferença para ele se sentir acolhido e se sentir bem atendido. Aqui na Single, por exemplo, prezamos por um bom atendimento e cuidamos de toda logística, inclusive, com a tarifa aérea, hospedagem, etc”, diz. E complementa: “Além disso, durante toda a viagem, os viajantes são acompanhados por um anjo da Single, um responsável da empresa que vai junto na viagem para auxiliar em tudo, especialmente nos trâmites do aeroporto e orientações gerais. Cada viagem é um sonho de cada cliente, não pode ficar nada a desejar, pois como não gostaria que brincassem com o meu sonho, eu não brinco com o sonho de ninguém”, pensa. 

O PARANÁ E SUA HISTÓRIA NO ROTEIRO

Os destinos paranaenses estão entre os roteiros que a consultora de viagens Ruti Luz apresenta para seus clientes.  A história, a cultura e a proximidade são alguns atrativos para os turistas. “Além de as belezas naturais, a gastronomia, o turismo de experiência e de negócios”, acrescenta. 

Formada em História e com 27 anos de experiência, Luz enaltece o potencial turístico do Paraná. “Ainda é pouco divulgado e explorado, principalmente dentro do estado. Ainda falta estrutura de hospedagens e acesso às atrações e existe grande procura por alguns destinos por turistas estrangeiros, entre eles Foz do Iguaçu, Canion Guartelá, o passeio de trem com a gastronomia em Morretes, a  Ilha do Mel – com sorte é possível observar golfinhos e baleias jubarte no local”, cita. 

Ruti Luz: “Um dos grandes desafios está na falta de valorização de nosso conhecimento, experiência e trabalho” |  Foto: Arquivo pessoal 

 A consultora explica que o  perfil é variável. “Há famílias, grupos de amigos, excursões de escolas, casais, grupos de turismo de aventura. Alguns destinos não tem acessibilidade para idosos ou pessoas com necessidades especiais, já para as crianças é tranquilo”. Cataratas do Iguaçu, Hidrelétrica de Itaipu e Parque das Aves, todos em  Foz do Iguaçu, são alguns destinos sugeridos pela profissional são outras opções. 

De roteiros mata à dentro à paisagens litorâneas, é possível estar perto de casa, e ao mesmo tempo se desligar da rotina e das tarefas do cotidiano e ainda recarregar as com recordações como  o Parque do Japão em Maringá, Parque Estadual de Vila Velha,  em Ponta Grossa,  Morro do Gavião e Pedra do Índio em Ribeirão Claro.

Entre os desafios da profissão, Luz pontua a falta de regulamentação. “Além disso, não é uma profissão valorizada. Basta um CNPJ para abrir uma agência e entre os aspectos desfavoráveis, somos prejudicados pelas companhias aéreas, por clientes que nos usam apenas como orçamentistas, usam todas as nossas informações e depois fazem a compra direta. Usam todo o nosso conhecimento, nosso tempo e assim nos prejudicam, pois não cobramos taxas de serviço para montar um roteiro e pesquisar o que é melhor para cada passageiro”, relata.  

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