Responsabilidades. Perdemos o controle da situação. Muita gente aprendeu a ganhar dinheiro ou, os mais ignorantes que apenas fazem para ter “likes”, na internet tocando a flauta de Hamelin a grupos de militantes apaixonados. Descobriram que espalhar insegurança e desgraças gera muita audiência. O medo foi monetizado no mundo inteiro.
A fórmula é infalível e antiga. É cediço que Hitler e Joseph Goebbels conseguiram induzir os alemães ao erro quando dominaram todos os meios de comunicação, e assim, como a única voz ecoando nos lares, espalharam o medo de ameaças externas para ter a opinião pública favorável, para cometer os crimes contra a humanidade. Claro que não existe apenas o trágico exemplo alemão, ao longo da história, inclusive a recente, conseguir a manipulação das massas espalhando medo era/é como usar milho verde em pescaria.
Hodiernamente a internet e sua facilidade de enviar mensagens em massa via redes sociais trouxe poderes de aproveitar essa fraqueza humana para ter engajamento e renda. Frisa-se, hoje, minar medo e profetizar calamidades deixou de ser artifício apenas de políticos e redações experientes com poderes sobre meios de informações.
Qualquer cidadão com smartphone e internet consegue enviar um áudio ou fazer um vídeo sensacionalista, ou seja, exagerar propositalmente na intenção de causar caos ou polêmica de um fato, para ter audiência e atenção de públicos-alvo. Por isso, antes de falarmos em liberdade de expressão, precisamos ponderar sobre a responsabilidade de cada um, sobre o que escrevemos e falamos nas redes.
Elon Musk comprou o Twitter por bilhões e mais bilhões. Sabemos que existe muita opinião de qualidade e força nesta rede social, certamente quis comprar foi a credibilidade. Para termos ideia do poder: Twitter modificou o cenário eleitoral na Índia nas últimas duas eleições, como bem descreve a jornalista Patrícia Campos de Mello no seu livro “Máquina do Ódio”. Compreendemos que houve forte influência na derrubada de Trump nos EUA e, desmentiu arduamente todos os dias Jair Bolsonaro e sua equipe. Resta saber se a compra do Twitter foi para dissolver ou controlar a rede social.
Para resolver é muito simples. A solução para frear esta nossa caminhada ao abismo social: É a educação. Conscientizar a população que precisamos encarar a realidade onde não vivemos na era da informação em abundância, mas da opinião. Lemos opiniões o dia inteiro. Todos nós temos opiniões dos fatos que ocorrem, e igualmente, queremos expor o que pensamos. É necessário ler e escutar com a intenção de entender a outra pessoa, não apenas para responder.
Ronan Wielewski Botelho é advogado em Londrina