Com o mote “Não espere até sentir na pele”, a SBD (Sociedade Brasileira de Dermatologia) realiza sua campanha anual de prevenção ao câncer de pele – o chamado Dezembro Laranja. A edição de 2022 coloca no centro dos debates os trabalhadores urbanos e rurais que estão diariamente expostos aos raios solares em virtude de sua profissão e em horários de lazer.
A iniciativa já faz parte do calendário nacional da saúde e ocorre desde 2014, sempre colocando o tema na agenda pública com estímulo às ações e medidas que visam trazer qualidade de vida e saúde para a população.
Segundo estimativas do Inca (Instituto Nacional do Câncer), no triênio 2023-2025 serão registrados, por ano, 9 mil novos casos de câncer de pele melanoma e mais de 220 mil casos de câncer de pele não melanoma. Do primeiro tipo, estima-se que 4.640 serão em homens e 4.340 em mulheres. Já do segundo, 101.920 registros ocorrerão em homens e 118.570 em mulheres.
“A prevenção ao câncer da pele é importante em todas as esferas da sociedade: desde aqueles que estão expostos ao sol por lazer até os que precisam trabalhar ao ar livre todos os dias. Por isso, queremos mostrar as formas possível de fotoproteção, como o uso de filtro solares e de barreiras físicas, como bonés, chapéus, óculos”, explica o coordenador da campanha e do Departamento de Oncologia Cutânea da SBD, Renato Bakos.
PREVENÇÃO DIÁRIA
A prevenção ao câncer da pele pode ser feita diariamente e de forma simples: evite a exposição ao sol e proteja a pele dos efeitos da radiação UV. Entre as medidas indicadas pelos especialistas estão o uso de chapéus, camisetas, óculos escuros e protetores solares; evite a exposição solar e permaneça na sombra entre 10 e 15 horas; use filtro solares com FPS 30 ou mais diariamente, e não somente em horários de lazer; consulte um médico dermatologista ao menos uma vez ano para um exame completo.
O câncer de pele é provocado pelo crescimento anormal e descontrolado de células que compõem a pele. Elas se dispõem formando camadas e, de acordo com as que forem afetadas, são definidos os diferentes tipos de câncer. Os mais comuns são os carcinomas basocelulares e os espinocelulares. Mais raro e letal que os carcinomas, o melanoma é o tipo mais agressivo da doença.
ALERTA AOS SINAIS
A doença pode se assemelhar a pintas, eczemas ou outras lesões benignas. Entre os sinais que fazem soar os alertas estão: lesão na pele de aparência elevada e brilhante, translúcida, avermelhada, castanha, rósea ou multicolorida, com crosta central e que sangra facilmente; pinta preta ou castanha que muda sua cor, textura, torna-se irregular nas bordas e cresce de tamanho; mancha ou ferida que não cicatriza e que continua a crescer, apresentando coceira, crostas, erosões ou sangramento.
“É importante ficar atento aos sinais que o corpo emite. No entanto, é importante ressaltar que o exame clínico feito por médico dermatologista e potencial biópsia é que podem confirmar o diagnóstico de câncer da pele, efetivamente. Por isso, em caso de aparecimento de qualquer sinal diferente, o paciente deve procurar um médico”, enfatiza Bakos.
TRATAMENTO
Em relação ao tratamento, há diversas opções terapêuticas para cuidar do câncer da pele não melanoma. A modalidade escolhida muda conforme o tipo e a extensão da doença, mas, normalmente, a maior parte dos carcinomas basocelulares ou espinocelulares pode ser tratada com procedimentos de menor complexidade.
Dentre os tratamentos mais usuais estão cirurgia excisional; curetagem e eletrodissecção; criocirurgia; cirurgia a laser; Cirurgia Micrográfica de Mohs; e Terapia Fotodinâmica (PDT); além de radioterapia, quimioterapia, imunoterapia e medicações orais e tópicas.
Já para os casos de câncer de pele melanoma, o tratamento pode variar de acordo com a extensão, agressividade e localização do tumor, bem como a idade e o estado geral de saúde do paciente. As variantes de modalidades cirúrgicas são as principais alternativas.
“Em ambos os tipos de câncer, é de extrema relevância que o diagnóstico seja precoce para evitar lesões mutilantes ou desfigurantes em áreas do corpo, em casos de baixa letalidade, ou piora da qualidade de vida e até morte, em casos mais graves. Boa parte dos cânceres de pele podem ser curados com tratamentos iniciais”, esclarece o coordenador do Dezembro Laranja 2022. (Com informações da SBD)
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