Torcedores de Buenos Aires vibram com novo herói, Álvarez

BUENOS AIRES, ARGENTINA (FOLHAPRESS) – Uma camiseta enorme com o número de Messi zanzava de um lado para o outro no céu da cidade de Rosario, onde o craque cresceu. Por onde passava, as pessoas faziam continência, se emocionavam e até cantavam o hino.

“Devemos a eles esses momentos inesquecíveis da nossa história”, dizia Luciana Saponara, 57, trabalhadora de uma das casas do bairro nobre de Núñez, que saía mais cedo do trabalho nesta terça-feira, para ver o jogo entre Argentina e Croácia, pela semifinal da Copa do Mundo. “Nunca entendo porque meu filho é tão fanático por futebol, porque grita e comemora a cada vitória do Boca, mas hoje estou como ele”, diz.

No espaço reservado para a torcida em Palermo, a Fan Fest, não cabia uma agulha, em uma tarde em que a temperatura atingia os 34 graus. Nicolás e Esmeralda, 24 e 22, viam juntinhos. “Viemos com dois diferentes grupos, mas já sabíamos que íamos assistir juntos, é o momento mais emocionante de nosso namoro”, diziam.

Diferentemente de jogos anteriores, logo cedo a região do Obelisco começou a encher de fãs. O local marca as grandes celebrações políticas e esportivas do país. Foi lá, por exemplo, que os argentinos comemoraram o título da Copa América contra o Brasil. Nesta terça (13), torcedores começaram a chegar tão logo Messi abriu o placar, em cobrança perfeita de pênalti ainda no primeiro tempo.

Nos bairros de Palermo e Recoleta, era possível ver nos terraços a festa de quem preferiu assistir ao jogo em casa, com amigos. A cada gol, saía-se ao terraço para comemorar com fogos e gritos.

Se até aqui o goleiro Emiliano Martínez e Leo Messi, claro, eram as figuras mais celebradas, o nome da tarde foi Julián Álvarez. O atacante do Manchester City, ex-River-Plate, sofreu o pênalti que abriu o placar e fez os outros dois gols na vitória por 3 a 0.

Quando já não havia mais tempo para a reação dos croatas, a gritaria de “finalistas”, “finalistas” tomou todos os pontos de concentração entre os torcedores que se preparavam para a celebração pós-jogo.

Na Fan Fest de Palermo, os espectadores só começaram a se mover depois do apito final. “Valeram todas as mandingas, estamos na final, agora vou para casa comemorar com meus pais. Será o primeiro Mundial que a Argentina ganha com todos morando aqui em Buenos Aires”, festejava o estudante Roberto Donioso, 24, suado, sem camisa e quase se voz.

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