DOHA, QATAR (UOL/FOLHAPRESS) – Ao falar sobre seus triunfos recentes, os jogadores e o técnico franceses costumam usar à exaustão a palavra mentalidade. É assim que explicam viradas ou a calma em situações de pressão. Um dos exemplos foi o confronto das quartas de final diante da Inglaterra.
Neste jogo, o time inglês teve 14 arremates no contra nove da equipe francesa. Também teve mais posse de bola. Mbappé estava bloqueado por Walker e Henderson, Saka levava vantagem sobre Theo Hernandez, Kane infernizava o sistema defensivo dos campeões do mundo. Mas o gol foi de Giroud.
“Liderar os outros (é uma tarefa minha). Conhecemos bastante um aos outros. Já tivemos muitas vitórias juntos. E levamos essa mentalidade para os jogadores jovens. Sabemos a direção que temos que ir. E empurramos os jogadores nessa direção”, contou o zagueiro Varane, que é o segundo capitão do time, depois de Lloris.
No jogo diante da Polônia, Varane deu uma palestra para todos os jogadores para pedir calma ao time no mata-mata. A mesma frieza foi exibida diante da Inglaterra.
Como resultado, a França “bicho-papão” tem 15 triunfos nos últimos 17 mata-matas de Copa -são 88% de triunfos. Esse retrospecto ocorre desde o Mundial de 1998, primeiro título do país. Desde então, a França chega a sua quarta semifinal em sete edições. Já são duas taças e pode chegar à terceira.
Nesta trajetória, o time francês já bateu duas vezes o Brasil, a Espanha, Itália, Portugal e Inglaterra. A França foi batida apenas em duas ocasiões, contra a Alemanha, em 2014, e na final com a Itália, em 2006, nos pênaltis.
Em compensação, o time também foi eliminado duas vezes na fase de grupos da Copa, em 2002 e 2010.
Uma demonstração da força mental da França são duas explicações de seus jogadores após bater a Inglaterra. Autor do gol da classificação, Giroud disse que tinha certeza que receberia um cruzamento de Griezmann para o gol – o meia é quem mais deu assistências na Copa, com três.
O capitão e goleiro Lloris foi criticado na imprensa inglesa que o apontou como elo fraco do time francês. Titular do Tottenham, ele teve atuação decisiva com várias defesas diante do inglês. No segundo pênalti para Inglaterra, ele entende que Kane, seu companheiro de time, acabou afetado em um jogo mental sobre onde bateria, já que está acostumado a treinar no clube. Acabou chutando na arquibancada.