O futebol pode melhorar?

Meu pai foi futebolista, zagueirão no primeiro time de-camisa em Londrina, mas eu sou perna de pau.Talvez por isso, não torço por time algum, só acompanho o Londrina Esporte Clube com o natural interesse por tudo da nossa terra. E, também talvez por ter jogado basquete, gosto muito mais de ver um jogo de basquete ou de vôlei, com ataque lá e cá, com defesas de aplaudir e ritmo intenso de jogo, enquanto o futebol… quantas paradas, agora ainda mais com o video-juiz, a partida arrisca ser vencida pelo sono do telespectador. 

Decerto nos estádios, podendo ver a partida em todo seu âmbito e os detalhes notáveis, pode ser um jogo apaixonante, mas na tela, para quem não jogou futebol nem é torcedor, parece sempre a mesma partida, com faltas demais no meio do campo e nas laterais.  

 “Matar a jogada”  é norma num jogo que se pode vencer por um gol e os gols sempre nascem de jogadas, só que, matando tantas jogadas, também mata-se o jogo.

 Ao contrário do basquete e do vôlei, com tantos pontos disputados em segundos, no futebol o jogo pode acabar zero a zero e pode-se passar muitos minutos sem uma bola sequer ameaçar um gol. É o chamado  “futebol moderno”, com marcação cerrada e ataques esporádicos, na maioria bolas centradas na área confiando no deus-dará. Poucos jogadores penetram armando jogadas, na maior parte do tempo apenas levando a bola até o meio do campo ou a trocar bolas ali, com faltas vergonhosas. Tantas, que o futebol profissional tornou-se teatro, não há falta em que ambos os jogadores não caiam gemendo ou careteando de dor…

  Além de chatear o jogo, as muitas faltas no futebol são muito feias. Carrinhos e chutes perigosos, pisões e agarrões vergonhosos, violência que agride a essência dos esportes, a civilidade. Cadê o flair-play da Fifa?

  Nesse jogo chato, quando aparece um Neymar, parece que seus marcadores se vingam de seu talento com marcação pauleira, vários batendo em sucessão como num sucessivo corredor polonês, e aí não só é chato como é doloroso ver a predominância da força sobre a habilidade, da manha e da maldade sobre a graça e a beleza.

Além disso, o futebol tem essa preciosidade do esquisitismo que é o impedimento, embora haja quem ache que é o charme do futebol.

Entretanto a Copa revela  o futebol  como a maior vitrine da globalização e da inserção social, com tantas seleções europeias com tantos negros naturalizados, como também há muitos africanos jogando em times europeus. Mas pode-se perguntar quantos jogadores europeus há em times africanos…

A Fifa estuda com velha lentidão novas regras para avivar o futebol, e esperemos que consiga pois, afinal, é um patrimônio universal, esportivo, social, econômico, cultural etecétera. Eu só queria que não fosse um jogo tão truncado e violento quanto tão bocejante. Help, Fifa!

 …

A opinião do colunista não reflete, necessariamente, a da Folha de Londrina.

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