Unidades Básicas de Saúde (UBS) de cidades da Região Metropolitana de Londrina (RML) relatam estar em uma situação de instabilidade em relação às doses das vacinas que protegem contra a meningite. Ao consultar alguns postos de saúde de Londrina, Cambé e Rolândia, a reportagem obteve a informação de que a vacina meningocócica do tipo ACWY é a que apresenta maior instabilidade no estoque dos municípios. Entretanto, algumas UBS de Londrina e Cambé também não têm doses da vacina do tipo C.
Postos de saúde de cidades da região não têm estoque dos dois tipos de vacina ou estão com instabilidade na oferta das doses | Foto: Gustavo Carneiro/18-3-2019
A meningite é uma doença grave, que pode causar sequelas e até matar, já que ataca o tecido que reveste o cérebro e a medula espinhal. De acordo com o Ministério da Saúde, a forma mais eficaz de evitar a doença é por meio da vacinação, que ocorre em duas etapas: no primeiro ano de vida, a criança recebe três doses da vacina meningocócica do tipo C; e entre os 11 e 12 anos, recebe uma dose da meningocócica do tipo ACWY.
Entretanto, desde setembro deste ano, como medida provisória, jovens não vacinados de 13 e 14 anos também podem receber a meningocócica ACWY. O objetivo é reduzir o número de portadores da bactéria que causa a meningite.
Apesar da medida, postos de saúde de cidades da região não têm estoque dos dois tipos de vacina ou estão com instabilidade na oferta das doses.
Em Londrina, foram consultadas UBS de todas as regiões da cidade. Na zona norte, na UBS Parigot de Souza, as duas vacinas estavam em falta nesta quarta-feira (7). Segundo a atendente, a vacina do tipo C está em falta e não há previsão para a chegada de novas doses.
Também na zona norte, na Unidade Básica de Saúde Maria Cecília, as duas vacinas estão disponíveis. Na zona sul, na UBS Aníbal Siqueira Cabral, as duas vacinas estavam em falta, mas afirma que agora o posto tem as doses.
Na Unidade Básica de Saúde Vila Brasil, na região central, os dois tipos da vacina estavam disponíveis. Já na UBS Guanabara, as doses estão disponíveis. Por outro lado, a vacina da varicela está em falta e a contra o HPV vem apresentando instabilidade. Também na região central, na UBS Vila Nova, há apenas três doses da vacina ACWY.
Já na UBS Armindo Guazzi, que fica na zona leste, não há doses disponíveis do tipo ACWY. Na UBS Marabá, as duas vacinas estão disponíveis. Também na região leste, a UBS Novo Amparo tem apenas duas doses da vacina do tipo ACWY.
Na zona oeste, a UBS Avelino Vieira está com o estoque zerado da vacina contra a meningite do tipo ACWY e não há previsão de reabastecimento.
Em Cambé, a UBS do Ana Rosa está com o estoque zerado das vacinas meningocócicas do tipo C e ACWY. Novas doses cheguem nos próximos dias, mas pede para a população ligar para conferir a disponibilidade.
A UBS do Cambé IV confirmou a falta da vacina nas últimas semanas, mas agora a unidade tem doses. Nos postos de Saúde do Santo Amaro e Novo Bandeirantes, a informação é de que ambas as vacinas estão disponíveis para a população.
Em Rolândia, a UBS Nobre diz que ainda tem doses das vacinas meningocócicas do tipo C e ACWY, mas também há instabilidade nas últimas semanas. Já na UBS Santiago, o fornecimento está normalizado.
A reportagem fez o primeiro contato com a Secretaria de Saúde de Rolândia no dia 9 de novembro e conversou com a enfermeira responsável pelo Departamento de Epidemiologia, Tatiana Gerdulli. Na data, ela afirmou que apenas a vacina do tipo ACWY estava indisponível, já a aplicação da vacina do tipo C estava normal em todos os dez pontos de vacinação da cidade.
A informação divergia do que havia sido alegado, na época, na UBS Nobre, que estava com estoque zerado das duas vacinas. Na data, ela explicou que o desabastecimento da vacina do tipo C aconteceu por conta do número baixo de doses que a cidade recebeu. “No dia 14 de outubro, nós fizemos um pedido de 300 doses, mas recebemos apenas 55”, afirmou.
A reportagem entrou em contato novamente com o setor nesta quinta-feira (8) e conversou Gerdulli, que confirmou que o estoque foi reposto no começo de dezembro.
Nesta quinta-feira, a reportagem entrou em contato novamente com a Secretaria de Saúde de Londrina, que descartou a falta de vacinas.
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