Desemprego cai em seis estados, incluindo o Paraná

A redução da taxa de desemprego no Brasil foi acompanhada por quedas em seis estados no terceiro trimestre deste ano, informou o IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística).

Em relação ao segundo trimestre, as baixas consideradas significativas em termos estatísticos ocorreram em Rondônia (de 5,8% para 3,9%), Ceará (de 10,4% para 8,6%), Acre (de 11,9% para 10,1%), Maranhão (de 10,8% para 9,7%), Minas Gerais (de 7,2% para 6,3%) e Paraná (de 6,1% para 5,3%).

Nas outras 21 unidades da federação, a taxa de desemprego mostrou relativa estabilidade no terceiro trimestre, conforme os critérios da Pnad Contínua (Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua). O indicador foi de 8,6% em São Paulo.

A Pnad analisa tanto o mercado de trabalho formal quanto o informal. Ou seja, abrange desde os empregos com carteira assinada e CNPJ até os populares bicos.

De julho a setembro, as maiores taxas de desocupação foram verificadas na Bahia (15,1%), em Pernambuco (13,9%) e no Rio de Janeiro (12,3%). As menores ficaram em Santa Catarina (3,8%), Mato Grosso (3,8%) e Rondônia (3,9%).

No Brasil, o indicador recuou para 8,7% no mesmo período, conforme dados divulgados no final de outubro pelo IBGE. É o menor patamar desde o segundo trimestre de 2015 (8,4%).

Já o número de desempregados caiu para 9,5 milhões no país. É o menor nível desde dezembro de 2015 (9,2 milhões).

Pelas estatísticas oficiais, a população desocupada é formada por pessoas de 14 anos ou mais que estão sem trabalho e seguem à procura de novas vagas. Quem não tem emprego e não está buscando oportunidades não entra nesse cálculo.

Dos 9,5 milhões de desocupados, 27,2% (2,6 milhões) procuravam trabalho havia dois anos ou mais. É o que especialistas chamam de desemprego de longa duração.

O percentual nessa situação até ficou menor se comparado a igual trimestre do ano passado (28,9%). Porém, ainda supera o patamar pré-pandemia – a parcela era de 24,9% no terceiro trimestre de 2019, antes da crise sanitária.

No segundo trimestre de 2022, a taxa de desocupação havia caído 1,8 ponto percentual no país (de 11,1% para 9,3%), com recuo disseminado em 22 unidades da federação, lembrou Adriana Beringuy, coordenadora de trabalho e rendimento do IBGE.

Já no terceiro trimestre, a redução foi menos intensa, de 0,6 ponto percentual (de 9,3% para 8,7%). Conforme a pesquisadora, a queda menor “repercutiu nos resultados locais, por estado”.

RENDA É MAIOR NO DF E MENOR NO MA

Após os estragos da pandemia, o mercado de trabalho foi beneficiado pela vacinação contra a Covid-19 no Brasil. O processo de imunização permitiu a reabertura dos negócios e a volta da circulação de pessoas.

O retorno ao trabalho, contudo, foi marcado pela queda da renda média, que só começou a dar sinais de melhora nos últimos meses.

No terceiro trimestre, o rendimento médio real do trabalho cresceu de maneira significativa em termos estatísticos em oito estados, indicou o IBGE.

As altas foram registradas por Piauí (11,2%), Tocantins (8,8%), Rio Grande do Sul (7,3%), Mato Grosso (7,2%), Amapá (7%), Goiás (6,4%), Minas Gerais (5,6%) e Santa Catarina (5,4%). O indicador mostrou estabilidade nas demais unidades da federação.

Mais uma vez, o Distrito Federal teve a maior renda média do trabalho no país: R$ 4.793. O valor é quase o triplo do verificado no Maranhão (R$ 1.697), o mais baixo da pesquisa.

INFORMALIDADE SUPERA 60% NO PARÁ

A taxa de informalidade registrada no Brasil foi de 39,4% no terceiro trimestre. O indicador mede a proporção de trabalhadores que atuam sem carteira assinada ou CNPJ em relação ao total de ocupados.

O maior percentual de informais foi verificado no Pará: 60,5%. Maranhão (59,1%) e Amazonas (57,1%) vieram na sequência. Ou seja, nesses estados, a maioria da população ocupada está em postos sem registro formal.

Santa Catarina (25,9%), Distrito Federal (29,8%) e São Paulo (30,6%), por outro lado, tiveram as menores proporções de informais.

Segundo o IBGE, somente quatro estados apontaram altas significativas no número de empregados com carteira no setor privado no terceiro trimestre, ante o período imediatamente anterior.

Os avanços ocorreram na Paraíba (10,9%), em Pernambuco (7,2%), no Paraná (3,3%) e no Rio Grande do Sul (3,2%).

O Rio de Janeiro, por outro lado, teve a única queda significativa no contingente de empregados com carteira (-3,7%). As outras 22 unidades da federação mostraram estabilidade.

DESACELERAÇÃO EM 2023

Economistas veem chance de a taxa de desemprego ficar mais próxima de 8% até dezembro no Brasil. A reta final do ano costuma ser marcada por contratações temporárias em setores como o comércio.

O varejo brasileiro deve contratar 109,4 mil temporários para o Natal, conforme projeção da CNC (Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo). Se a estimativa for confirmada, será o maior número em nove anos – ou desde 2013.

A retomada do mercado de trabalho, contudo, tende a perder ímpeto em 2023, sinalizam economistas. Pesa nessa avaliação o efeito dos juros elevados, que encarece os investimentos produtivos das empresas e o consumo das famílias.

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