Classificada para a segunda fase do Mundial, uma rotina nas últimas treze edições da competição máxima do futebol, a Seleção Brasileira chega na fase de jogos eliminatórios transmitindo desconfiança e apreensão, uma sensação que ainda não havia ocorrido durante o ciclo de quatro anos de preparação.
Brazil’s midfielder #17 Bruno Guimaraes reacts to their defeat on the pitch after during the Qatar 2022 World Cup Group G football match between Cameroon and Brazil at the Lusail Stadium in Lusail, north of Doha on December 2, 2022. (Photo by Jewel SAMAD / AFP) | Foto: Jewel Samad/AFP
Nos seis tempos jogados até agora, apenas o segundo, contra a Sérvia, houve algum brilho, lembrando aquela versão que encorpou o trabalho de Tite nos melhores momentos das Eliminatórias e na conquista da Copa América de 2019.
Nos outros cinco tempos, o Escrete oscilou entre o medíocre e o aceitável, fustigado por uma série de problemas indesejáveis numa competição de tiro curto, a contusão de Neymar, referência insubstituível no sistema e na qualidade de jogo, foi certamente o pior deles.
Os suplentes, sem ritmo e conjunto, que sucumbiram diante do modesto Camarões, repetiram erros que os titulares cometeram contra a Suíça até o gol salvador de Casemiro, aos 37 do segundo tempo. Desta vez, o gol saiu do lado errado, ainda mais perto do apito final, e o resultado não serviu para justificar um desempenho aquém do esperado.
Tite tem apenas um fim de semana para conseguir estruturar uma atuação vitoriosa e convincente, como aquela do segundo tempo contra os sérvios. O treinador tem experiência o suficiente para compreender os riscos de se enfrentar um adversário sem tradição e que sai da primeira fase psicologicamente fortalecido.
Como lidar com um franco atirador na Copa das zebras? A Coreia do Sul, dirigida pelo português Paulo Bento, fez uma Eliminatória sem sobressaltos e no Catar guardou seu melhor futebol para a rodada decisiva e para o adversário mais temido. Assim como é importante lembrar a vitória por 2 a 1 sobre Portugal, no entanto, é preciso recordar a vitória brasileira por 5 a 1 em Seul, poucos meses atrás.
Com ou sem Neymar, o Brasil vai precisar ter preparo mental para chegar às quartas, aí sim uma fase onde o Escrete terá que usar toda a sua capacidade técnica e tática para não voltar para casa.
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