Londrina Iluminação quer ampliar atuação para ganhar sustentabilidade

Criada em 2014 ainda como um braço da Sercomtel Telecom, a Londrina Iluminação completa oito anos com planos de expansão das operações para municípios vizinhos. A direção da empresa aguarda posicionamento do TCE (Tribunal de Contas do Estado) para dar início a um projeto que consistiria em levar a expertise da empresa para cidades da Região Metropolitana e auxiliá-las a fazer uma gestão mais eficiente da iluminação pública. O tribunal é quem deve dizer se o atendimento poderia ser ampliado para outras cidades e de que forma essa atuação aconteceria sem esbarrar na questão legal. 

A empresa também aguarda uma resposta do governo do Estado à solicitação de recursos para execução do projeto de iluminação de mais de 21 quilômetros do trecho urbano da PR-445, avaliado em R$ 15,8 milhões. “Estamos fazendo um planejamento de médio e longo prazo e buscando outras atividades que podemos exercer”, disse o diretor-presidente da Londrina Iluminação, Claudio Tedeschi. “A empresa foi criada e tem que perpetuar. Quando acabarmos de concluir um projeto, o Cidade Iluminada, sobrará a manutenção. A manutenção paga a estrutura da empresa?”, refletiu o diretor de Operações da Londrina Iluminação, Alexander Farias Fermino.

O programa Londrina Cidade Iluminada, que prevê a modernização de todo o parque de iluminação do município, dentro do qual está prevista a substituição de todas as lâmpadas instaladas em vias e prédios públicos por lâmpadas de LED, é o maior e mais relevante projeto desenvolvido pela empresa de iluminação. Iniciado em 2019, até o momento foram colocadas 37.724 luminárias de LED de um total de 61.806 que deverão iluminar Londrina até julho de 2024. Em todos os distritos, incluindo as vilas rurais, esse trabalho já foi concluído.

O parque de iluminação pública de Londrina tem 71 mil pontos. Os recursos para a execução do projeto vêm do pagamento de tributos, com a cobrança das taxas de iluminação pública, e o investimento total, até a finalização do projeto, será de R$ 90 milhões. Outros R$ 5 milhões serão destinados à ampliação da rede de iluminação.

Há um ano e meio da conclusão do programa, a direção da Londrina Iluminação procura formas de garantir a sustentabilidade e fortalecimento da empresa. “Isso está sendo pensado através de planejamentos que contratamos junto à Fauel (Fundação de Apoio ao Desenvolvimento da Universidade Estadual de Londrina), de médio e longo prazo, e buscando outras atividades que ela possa exercer para manter o quadro atual”, explicou o diretor-presidente. 

A reformulação da iluminação de todo o campus da UEL, o trabalho de prevenção e eficiência energética dos prédios públicos de Londrina e a prestação de serviços para outras secretarias, que já acontece, são caminhos que podem ser trilhados ou expandidos no sentido de dar maior solidez à empresa, mas ainda é preciso pensar em novas oportunidades. “Havia a necessidade de estruturar o nosso setor administrativo sem inchar, que é o mal do poder público. Na nossa concepção, temos que fazer mais com menos. Aproveitamos o quadro, treinamos o pessoal, conseguimos ganhar um ambiente positivo dentro da empresa, onde cada funcionário faz duas ou três atividades, pensando no melhor e no bem-estar da empresa. A gente acaba fazendo uma administração participativa com os funcionários”, declarou Fermino. 

Prestar consultoria em iluminação aos municípios vizinhos é uma das grandes apostas. A direção da empresa afirma que gestores de cidades da região, como Bela Vista do Paraíso e Sertanópolis, já demonstraram interesse pelo trabalho desenvolvido pela Londrina Iluminação, mas antes de iniciar esse novo projeto, é preciso o aval do TCE. “Um projeto de modernização do parque de iluminação com cinco, dez mil pontos, demanda uma capacidade técnica, uma mão de obra cara. A ideia é entregar o projeto aos municípios e, se o prefeito se sentir confortável, a gente pode gerir o projeto. A manutenção continuaria sendo feita pelas prefeituras”, disse o diretor de Operações.

Antes de definir o raio de atuação, ressaltou Tedeschi, é preciso avaliar a capacidade da empresa, mas inicialmente a ideia é expandir os projetos para municípios da Região Metropolitana de Londrina com capacidade orçamentária pequena e que sentem a dificuldade de manter uma estrutura gerencial de qualidade.

Ao contrário de Londrina, onde foi implantada toda uma estrutura de fiscalização e controle dos pontos de iluminação pública da cidade, municípios menores não têm essa condição. Londrina conta com aplicativos, 0800, site, fiscalização noturna para identificar luzes apagadas e mapeamento por georreferenciamento. “Os municípios menores não têm isso e não têm como ter uma estrutura dessa de controle. Eles conseguem fazer a manutenção, mas não gerir o parque”, apontou Fermino.

Outros estudos em andamento sobre novas frentes de atuação da Londrina Iluminação compreendem a assinatura de convênio com o hub de Inteligência Artificial do Senai (Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial) para que a empresa municipal esteja sempre atualizada tecnologicamente e com as melhores práticas de eficiência, avançar no projeto de implantação da telegestão e de luminárias fotovoltaicas e a reestruturação, revisão e locação de novos veículos e equipamentos.

Perto de completar uma década de existência, Tedeschi aponta os avanços de Londrina com a criação de uma empresa especializada na gestão da iluminação da cidade. “Nosso parque de iluminação era muito precário porque ficava na mão da Copel, que tem como foco vender energia e não aprimorar o parque. Conseguimos dar um salto.”

Receba nossas notícias direto no seu celular! Envie também suas fotos para a seção ‘A cidade fala’. Adicione o WhatsApp da FOLHA por meio do número (43) 99869-0068 ou pelo link wa.me/message/6WMTNSJARGMLL1

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *