Mães realizam novo protesto contra mortes pela polícia em Londrina

Familiares de jovens mortos em ações policiais voltaram a realizar manifestação em Londrina. Nesta quarta-feira (30), o protesto foi na Praça do Conjunto Maria Cecília, na zona norte, também com o objetivo de coincidir com o mês da Consciência Negra. Marilene Ferraz da Silva Santos, mãe do jovem Davi Gregório Ferraz dos Santos, morto pela PM com 15 anos de idade, no dia 15 de junho deste ano, foi uma das organizadoras do protesto. “Meu filho foi morto com quatro tiros de fuzil pelas costas e 11 pela frente. Ele estava desarmado. A PM afirma que todo elemento com quem entram em confronto tem arma, mas isso é uma mentira.”

Ela afirma que ninguém ousaria enfrentar o Pelotão de Choque. Ela expôs que os números do Gaeco (Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado) mostra que Londrina é recordista em letalidade policial no Estado. Entre 2017 e 2021, 178 pessoas foram mortas por forças de segurança na cidade. Isso representa 3,02 mortes para cada 10 mil habitantes. “Londrina possui 6,4% da população paranaense, mas as mortes por agentes de segurança pública representam 13,4% do total do Estado”, destacou. 

Em Curitiba, onde ocorreram 444 óbitos, o índice é de 2,18 mortes por 10 mil habitantes. Em Foz do Iguaçu, foram 44 mortes – 1,7 a cada 10 mil habitantes. Em Maringá, 29 pessoas foram mortas pela polícia no período, o que representa um índice de 0,66 por 10 mil pessoas. 

“Nosso pedido é para que sejam instaladas câmeras nas fardas e nas viaturas, que os casos envolvendo PMs sejam investigados pela Polícia Civil e pedimos acesso às investigações. Queremos ter acompanhamento jurídico e atendimento psicossocial aos familiares. Também exigimos exames toxicológicos nos policiais”, afirmou Santos, em nome do movimento.  

O comandante do 5° Batalhão da Polícia Militar (PM) de Londrina, tenente-coronel Nelson Villa, voltou a repetir o que tem afirmado sobre essas mortes. “Compreendemos e nos compadecemos com o sofrimento das mães que perdem seus filhos em situações assim. Mas o fato é que a Polícia Militar não leva em conta elementos subjetivos para agir em casos assim. O que determina a ação dos policiais é a reação imposta por quem está em flagrante delito, ou seja, são os elementos objetivos que integram o fato em si.”

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