No dia 28 de novembro de 2021, as cancelas de cobrança do pedágio no Paraná, do chamado Anel de Integração, foram abertas e os motoristas deixaram de pagar tarifas. Chegava ao fim, depois de 24 anos, a polêmica concessão nascida no mandato do então governador Jaime Lerner.
Um ano atrás foram desativadas 27 praças de pedágio, mas ainda hoje um novo modelo de concessão de rodovias está indefinido, pois, com a eleição de Luiz Inácio Lula da Silva (PT), o modelo proposto em agosto de 2021 pode passar por alterações.
Em 12 de novembro de 2022, a Folha de Londrina publicou reportagem mostrando que o anúncio da possível suspensão da licitação do novo modelo de pedágio a ser implantado nas rodovias do Paraná preocupava o setor produtivo.
O descontentamento do setor produtivo tem sentido, pois há um ano a falta de manutenção impacta quem precisa usar as estradas, principalmente, para escoar a produção industrial e agrícola. “Isso já está virando uma novela, como tudo no Brasil”, criticou Nilson Hanke Camargo, do Departamento Técnico Econômico da Faep (Federação da Agricultura do Estado do Paraná).
No último fim de semana, o DER-PR (Departamento de Estradas de Rodagem do Paraná) assumiu o último trecho de rodovias que faltava, que era o lote 1 do antigo Anel de Integração. São cerca de 342 quilômetros de estradas no Norte e Norte Pioneiro – na região a principal é a BR-369 -, que estavam sob os cuidados da Econorte.
A empresa continuou prestando assistência hospitalar e guincho nos últimos 12 meses, mesmo sem cobrança de pedágio, devido à não execução de uma obra de viaduto em Jacarezinho (Norte Pioneiro). O DER-PR contratou uma terceirizada para oferecer atendimento de guincho e fazer a inspeção de tráfego. O contrato é de 12 meses, com um valor de R$ 13,2 milhões. Os acidentes serão atendidos pelo Corpo de Bombeiros e Samu, assim como já ocorre em outras rodovias.
O Departamento de Estradas de Rodagem no Estado destacou que mantém cinco contratos para manutenção das rodovias até dezembro do ano que vem. Entre as atividades realizadas estão reperfilagem, controle da vegetação próxima ao pavimento, limpeza e recomposição da sinalização e dispositivos de segurança viária.
Os paranaenses defendem uma tarifa de pedágio pelo menor preço, com execução de obras necessárias para garantir segurança e melhor infraestrutura, em menos tempo possível, esquecendo dos traumas e prejuízos dos antigos contratos encerrados em 2021.
Mas é preciso ressaltar que o tempo que se perde em definir uma solução para as estradas paranaenses impacta na eficiência e na segurança dos motoristas e passageiros. O usuário está feliz por viajar sem precisar desembolsar para pagar a tarifa. Mas a falta de manutenção e as condições precárias em algumas rodovias já acendem o alerta para a falta de segurança.
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