Ano de Copa do Mundo! Há quatro anos, cerca de 182 mil toneladas de resíduos recicláveis foram coletados no evento, dentro e nos arredores dos estádios das 12 cidades-sede, na Rússia. A coleta ocorreu com o apoio de catadores, visando a reciclagem do material. Ao todo, segundo o Ministério do Meio Ambiente, R$2 milhões foram investidos na contratação de 1500 catadores. Já este ano, no total, a Copa do Mundo conta com 64 partidas em 12 cidades-sede, nas quais se estima que haverá a produção de aproximadamente 320 toneladas de lixo, o que significa uma média de 5 toneladas de lixo por partida, apenas nos estádios.
Com a aproximação do grande evento futebolístico, a expectativa e ansiedade pelos jogos tomam conta do dia a dia do torcedor. De acordo com o comitê organizador Catar-2022, houve cerca de 40 milhões de pedidos de ingressos. Ao todo serão três milhões de ingressos disponíveis, sendo um milhão reservados para a Fifa e seus parceiros comerciais.
Para se ter uma ideia, o Catar tem a expectativa de que a Copa do Mundo adicione US$17 bilhões (cerca de R$87,7 bilhões) à sua economia, e o país espera receber aproximadamente 1,2 milhão de turistas. São números impressionantes! Mas quando pensamos em quanto toda essa movimentação de pessoas durante esse período de jogos deve gerar de lixo, vem o seguinte questionamento – como fica a gestão dos resíduos no maior evento do mundo?
Com toda a preparação dos estádios e acomodações para a Copa, a indústria da construção foi uma das que mais gerou resíduos significativos no país. E para limitar a “pegada de carbono”, foram implementadas medidas para organizar a segregação e gestão de resíduos.
Todos os oito estádios, por exemplo, foram construídos para serem eficientes em água e energia, e muitos deles superaram as classificações da indústria ao implementar requisitos não obrigatórios de sustentabilidade. De acordo com a gerente sênior de Sustentabilidade e Meio Ambiente do Comitê Supremo para Entrega e Legado da Fifa, Bodour Al Meer, muitos materiais reciclados foram usados na construção das arenas, inclusive da Ahmad Bin Ali, que tem 90% dos materiais de construção reciclados de outro estádio antigo que foi demolido.
Segundo uma pesquisa elaborada recentemente pelo Ministério do Meio Ambiente, serão geradas pela Copa do Mundo no Brasil cerca de 1,4 milhão de toneladas de dióxido de carbono, em emissões diretas e indiretas. O gás é responsável por agravar o efeito estufa.
A verdade é que o sistema de gestão de resíduos não pode ser falho, principalmente por se tratar de um evento de grande importância e visibilidade. São inúmeros torcedores de diferentes países e culturas para serem gerenciados em um só local. Acredito que toda a estrutura e investimentos para manter o máximo de controle em relação a esses resíduos tenha sido de extrema importância. Vale apenas lembrar que não é só em ano e época de Copa do Mundo que devemos estar atentos. Precisamos levar esse tipo de comportamento para frente em todos os momentos, pois somente dessa forma conseguiremos atingir as metas sustentáveis em todo o mundo.
Guilherme Arruda é CEO da Vertow
Correção:
Diferentemente do que foi publicado na edição do dia 19/20 de novembro, na matéria “Tecnologia e inovação marcam um novo momento para a avicultura”, a MSD Saúde Animal é uma das empresas patrocinadoras da Arena de Inovação.
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