Saboroso, mas, com uma carne um pouco mais rígida que outras, o polvo é um animal bastante utilizado e apreciado, principalmente, na alta gastronomia. Tem quem não goste, embora eu acredite ser apenas desconhecimento ou ignorância gastronômica. Afinal, quando se prova um prato muito bem preparado, a tendência é render-se ao polvo de uma maneira que dá vontade de degustar diferentes tipos de preparos. O risoto de polvo, por exemplo, foi um deles.
Recentemente, estive em Maragogi, praia conhecida como o Caribe brasileiro, em Alagoas. Entre os pratos muito comuns na região, estão o camarão, mariscos, ostras, lagosta e polvo. Tudo fresquinho, muito abundante no litoral. Não consegui provar a lagosta, em um ou outro restaurante estava em falta, mas, o polvo, fiz questão de experimentar. Eu amo polvo e já o degustei de diferentes maneiras: na salada, como sashimi, com molho cítrico ou com shoyu, grelhado, entre outras. Entretanto, no risoto, foi a primeira vez.
Curiosamente, o risoto foi preparado com arroz comum, não com arbóreo ou carnaroli. Esses últimos, normalmente, têm mais amido que o primeiro, além de terem um preparo diferenciado. Para o arroz comum, cobre-se com água ou caldo de legumes até dois dedos acima, deixando evaporar a água ou alcançar o ponto ideal e desejado. Depois, misturam-se os ingredientes. No caso do risoto de polvo, havia cenoura, além do próprio molusco picado. E um tempero bastante encorpado, digamos assim, carregado na pimenta. O que, para mim, não é problema algum, já que eu o acompanhei com um vinho branco português.
Todavia, dá para incrementar o prato com outros frutos do mar. O risoto de polvo vai muito bem com mariscos e camarão, por exemplo. Quem sabe uma alcaparra? Ou aspargo? Versátil, o molusco não apenas combina com diferentes ingredientes como pode ser a base para diferentes pratos. Entre eles, moqueca, pastel, à lagareiro como se prepara o bacalhau português, com legumes, com batatas, na brasa, na manteiga, empanado e, até mesmo, com arroz negro.
Então, eu convido o(a) leitor(a) a despir-se do tabu, da má impressão, do bloqueio e apreciar um delicioso prato de polvo. Aqui em Londrina temos algumas opções. Particularmente, conheço as do Aurum e do Barô Bistrô, além do sashimi do Villa Fontana. Tem mais algum lugar que serve um polvo imperdível e que eu precise ir conhecer logo? Não tenha dúvidas de que irei, ainda mais se tiver um bom vinho para harmonizar!
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