Setor público brasileiro tem superávit recorde de R$ 101,8 bi em janeiro

BRASÍLIA, DF (FOLHAPRESS) – Em janeiro, o setor público consolidado brasileiro registrou um superávit primário de R$ 101,8 bilhões, recorde de toda a série histórica. Os dados foram divulgados pelo Banco Central nesta sexta-feira (25).

O montante engloba os resultados de governo central (governo federal, Banco Central e INSS), governos estaduais e municipais e empresas estatais. Isso significa que, no período, as receitas com impostos do setor público superaram as despesas, sem considerar os juros da dívida pública.

O governo central, os governos regionais e as empresas estatais registraram superávits primários de R$ 77,4 bilhões, R$ 20 bilhões e R$ 4,4 bilhões, respectivamente, no mês.

O BC também mostrou que a dívida bruta do governo caiu pelo terceiro mês consecutivo e foi a 79,6% do PIB, redução de 0,7 ponto percentual em janeiro. Ao todo, a dívida bruta -que compreende governo federal, INSS e governos estaduais e municipais- somou R$ 7 trilhões no primeiro mês do ano.

Esse resultado deve-se, sobretudo, ao efeito da variação do PIB nominal (redução de 0,8 ponto percentual), dos resgates líquidos de dívida (redução de 0,4 ponto percentual), além do efeito da valorização cambial (redução de 0,2 ponto percentual).

O PIB de 2021 avançou com a recuperação da atividade econômica em relação ao primeiro ano da pandemia. O comparativo em relação ao PIB é feito para mostrar se a dívida do governo é sustentável.

A dívida bruta encerrou 2021 em 80,3% do PIB (R$7 trilhões) devido à melhora fiscal. O aumento da inflação contribuiu para ampliar os ganhos de arrecadação do governo no último ano.

Também pesou favoravelmente para as receitas a valorização do dólar e do barril de petróleo, além do congelamento dos salários dos servidores em 2021. Estados ainda se beneficiaram por ganhos de arrecadação de ICMS sobre combustíveis, com a elevação nos preços desses insumos ao longo do último ano

Em fevereiro do ano passado, a dívida pública chegou a 89,36% do PIB, maior percentual da série histórica iniciada em 2006.

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