Febraban faz mutirão para renegociação de dívidas

O mais recente levantamento do nível de endividamento da população, divulgado no último mês de setembro, mostrou que o número de brasileiros negativados chegou a 64,25 milhões de pessoas, um recorde na série histórica, iniciada em 2014. O estudo, realizado pela CNDL (Confederação Nacional de Dirigentes Lojistas) e pelo SPC (Serviço de Proteção ao Crédito) aponta que quatro a cada dez cidadãos adultos (39,71%) estavam com o nome sujo.

Para auxiliar os milhões de brasileiros a recuperarem o crédito no mercado, o BC (Banco Central), por meio da Febraban (Federação Brasileira de Bancos) e com a parceria da Senacom (Secretaria Nacional do Consumidor), iniciou no dia 1 de novembro o mutirão on-line de negociação de dívidas e orientação financeira. A ação vai até o próximo dia 30 e conta com a participação de 160 instituições financeiras.

Podem participar do mutirão pessoas físicas com dívidas atrasadas, contraídas em bancos e demais instituições financeiras, desde que não estejam ligadas a bens dados como garantia, como carros e imóveis. O serviço poderá ser utilizado para dívidas no cartão de crédito, cheque especial, empréstimo consignado, entre outras modalidades de crédito. Não podem participar do mutirão as pessoas que estão em dívida com lojas ou demais empresas.

A negociação deve ser feita pela plataforma consumidor.gov.br, mas antes, é necessário saber o valor extado das contas em atraso. Para conferir todas as dívidas, o BC disponibiliza um site para verificação (registrato.bcb.gov.br). Na sequência, o cidadão deverá conferir se sua dívida se encaixa nos requisitos para a negociação e o próximo passo é definir o valor das parcelas que o consumidor irá se comprometer a pagar. Para isso, é importante conhecer bem a sua realidade financeira para não assumir um compromisso com o qual não poderá arcar. No último mutirão realizado pelo BC, em março, cerca de 1,7 milhão de dívidas em atraso foram renegociadas.

INADIMPLÊNCIA EM ALTA

Segundo a CNDL, a conjuntura econômica do país, que combina juros elevados e crescimento econômico modesto, fez crescer em 11,17% o número de pessoas com contas em atraso em setembro, na comparação com o mesmo mês de 2021. Naquele mês, a dívida média acumulada por brasileiros com o nome negativado era de R$ 3.688,96. A pesquisa revelou que a maior parte das dívidas pendentes era com o setor bancário, somando 61,18% do total. Em seguida, estão o comércio (12,86%), o setor de água e luz (10,51%) e o de comunicação (8,24%).

“Apesar da melhora em alguns indicadores econômicos, muitos brasileiros ainda estão com dificuldade de fechar as contas no fim do mês. Parte do problema pode ser explicado pela renda da população, que continua baixa. O desemprego diminuiu, mas a renda não é suficiente para reverter completamente as perdas dos últimos trimestres”, avaliou o presidente da CNDL, José César da Costa, em nota emitida pela entidade.  

O dirigente da CNDL observou ainda que apesar da queda da inflação nos últimos meses, o preço dos alimentos manteve a alta e compromete boa parte do orçamento das famílias, especialmente as de menor renda. 

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