Mau tempo segue provocando estragos em Londrina e região

O tempo instável que atinge Londrina e região desde o sábado (29), vem provocando uma série de estragos, especialmente na zona rural. Ao todo, foram registradas 66 ocorrências pela Defesa Civil até às 11h30 desta segunda-feira (31), causadas pelas fortes chuvas e rajadas de vento que chegaram a 79 km/h, na noite de domingo (30).

No distrito de São Luiz (zona sul), casas e comércios foram destelhados e houve queda de árvores e postes de energia elétrica. Uma torre de transmissão de aproximadamente 63 metros caiu sobre o CMEI João Rampazzo, que suspendeu as atividades nesta segunda.  

|  Foto: Leide Alves/Arquivo Pessoal 

Duas salas de aula foram atingidas, sendo que uma delas ficou totalmente destruída, segundo a coordenadora do CMEI, Viviane Acrane. “Tivemos também muitos danos materiais. Perdemos brinquedos, televisão, impressoras, material pedagógico, entre outros”, diz. A Defesa Civil de Londrina e o engenheiro da secretaria de Educação de Londrina estiveram no local nesta manhã realizando vistoriais. “A torre terá que ser removida, mas isso demandará um guindaste. Após essa remoção é que vamos saber se há algum outro comprometimento da estrutura”, comenta.  

Na terça-feira (1), as turmas de P4 e P5 serão atendidas na Escola Municipal Francisco Aquino Toledo.  Já para os atendimentos das crianças de dois e três anos, a coordenação do CMEI disse que ainda está se organizando para a retomada. Ao todo, a instituição possui 58 alunos.  

|  Foto: Leide Alves/Arquivo Pessoal 

DESTELHAMENTO

Na rua Graciano Batista Lima, o vendaval no início da noite de domingo, causou o destelhamento do quarto e da sala onde vive Irenice Inácio da Costa, 64. “Foi questão de segundos. Estávamos na sala e escutamos um barulho muito forte. O vento já veio descobrindo tudo, levando telhado, forro. Perdi duas cômodas, o guarda-roupa, o sofá e algumas roupas. Eu e meu marido colocamos lona e estamos tentando ajeitar o que é possível, mas qualquer vento que dá a gente fica com medo agora”, conta. 

Outro morador conta que a comunidade está unida para tentar reparar os danos o mais rápido possível. “Montamos um grupo para arrecadar doações para as famílias mais atingidas. Precisamos de telhas, materiais de construção, colchão, roupas, alimentos, o que for possível”, diz Luan Tadeu de Aguiar.  

|  Foto: Leide Alves/Arquivo Pessoal 

MORADORES “ILHADOS” 

Em Londrina, as chuvas desta madrugada e manhã de segunda, causaram alagamento na rua Joaquim de Matos Barreto, na zona sul de Londrina. A água chegou a inundar um veículo estacionado na via.  Segundo a meteorologista do IDRP-PR (Instituto de Desenvolvimento Rural do Paraná), Heverly Morais, da 0h até às 9h de hoje, choveu 55.4 mm em toda a cidade. 

|  Foto: Micaela Orikasa – Grupo Folha 

No dia 18 de outubro, os moradores já tiveram as casas invadidas pela lama, após o forte temporal. Nesta manhã, eles estavam “ilhados” pela água da chuva que chegou a encobrir parte do aterro do Lago Igapó.  

|  Foto: Micaela Orikasa – Grupo Folha 

SEM ENERGIA  

Com danos à rede elétrica, cerca de 100 mil domicílios ficaram sem luz em todo o Estado até o início da manhã desta segunda. Uma nota emitida pela Copel às 11h30, atualizou para 34 mil imóveis na região norte e 26 mil na região noroeste, que seguem sem energia.

Entretanto, as chuvas tornaram a causar desligamentos no Centro-Sul, onde há cerca de 12 mil clientes sem luz; no Oeste, com 16 mil; e o no Leste do Estado (Curitiba, RMC e Litoral), que tem por volta de 21 mil unidades consumidoras sem luz no momento. Ao todo, as equipes têm 4,8 mil ocorrências para atender em todo o Paraná. 

Segundo a Companhia, conforme avançam os serviços, as equipes identificam novos pontos onde a força dos ventos e a queda de árvores causaram quebras de postes. No Norte, a conta chega a 131 estruturas quebradas e a situação com maior gravidade segue no Vale do Ivaí. Os municípios de Rosário do Ivaí, Lidianópolis, Rio Branco do Ivaí, Jardim Alegre, Mauá da Serra, Arapuã e Grandes Rios estão entre os mais afetados. 

Já na região Noroeste do Estado, a soma de postes quebrados identificados até o momento está em 81. Só em Rondon que está sem energia e sem comunicação por telefone, foram ao menos 12 postes quebrados. Além de Rondon, São Carlos do Ivaí, Japurá, Brasilândia do Sul e Alto Piquiri estão com o abastecimento comprometido em toda a cidade.

A Copel orienta a população a manter distância de locais que tenham postes quebrados e fios caídos. Situações de risco e de falta de energia podem ser comunicadas por meio do 0800 51 00 116. 

DESABASTECIMENTO DE ÁGUA 

A Sanepar informou que “os níveis dos reservatórios de água de Londrina e Cambé amanheceram bem abaixo do esperado nesta segunda-feira (31), devido a constantes oscilações de energia no sistema Tibagi a partir do temporal deste domingo.  As duas cidades estão abastecidas, porém ainda correm risco de novo desabastecimento.”  

Alguns bairros da cidade estão desabastecidos por problemas pontuais em equipamentos do sistema de distribuição. Segundo a Companhia, equipes estão em campo executando manobras e a situação está delimitada, no momento, na região norte. Nos distritos de Guaravera, Maravilha e Guairacá, em Londrina, o abastecimento ainda está comprometido nesta segunda pela falta de energia.  

Na região do Vale são 10 municípios com abastecimento comprometido. De acordo com a Companhia, os lugares mais críticos, no momento, são a cidade de Grande Rios e o distrito Flórida do Ivaí, a cidade de Rosário do Ivaí e os distritos Ribeiro Bonito, Vila União e Campineiro do Sul, além de Dinizópolis, distrito de Cruzmaltina. Estas localidades estão há mais de 48 horas sem energia nas suas captações de água. 

Em São João do Ivaí a Copel restabeleceu a energia na madrugada e o sistema de abastecimento voltou a ser operado com normalidade, mas a reservação de água ainda continua baixa e a Sanepar pede para que a população evite desperdícios. A nota informa também que em Jardim Alegre e Novo Itacolomi, os sistemas seguem parados desde ontem, pela falta de energia elétrica.

As cidades de Lunardelli, Lidianópolis, Mauá da Serra e o distrito Alto Porã (em Ivaiporã) também estão sem energia desde a última madrugada. Em Ivaiporã, as chuvas inundaram a captação de água do Rio Pindaúva. “O sistema está parado, pois os reservatórios já estão abaixo do nível mínimo para operação. Não há qualquer previsão de voltar a abastecer a cidade.” 

O atendimento emergencial em hospitais, postos de saúde, asilos, casa lar e escolas estão acontecendo por meio de caminhões pipas. A Sanepar reforça que “ficarão sem água os clientes que não têm caixa-d’água no imóvel, conforme recomendação da ABNT (Associação Brasileira de Normas Técnicas). A Sanepar sugere que cada imóvel tenha uma caixa-d’água de pelo menos 500 litros. Assim, é possível ter água por 24 horas, no mínimo.” 

O Serviço de Atendimento ao Cliente Sanepar é feito pelo telefone 0800 200 0115, que funciona 24 horas. Ao ligar, tenha em mãos a conta de água ou o número de sua matrícula. 

Serviço: Quem puder ajudar os moradores de São Luiz com doações podem ligar para (43) 9 9942-9188. 

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