Atleta tem braço amputado após sofrer com bactéria devoradora de carne

SÃO PAULO, SP (UOL/FOLHAPRESS) – O australiano Gabriel McKenna-Lieschke, de 29 anos, sofreu um grave acidente, que machucou seu bíceps, quando levantava peso em uma academia de Adelaide. Após a cirurgia, contraiu uma bactéria devoradora de carne, que obrigou os médicos a amputarem seu braço.

Em entrevista ao jornal britânico The Sun, McKenna-Lieschke contou que estava treinando na academia, em novembro de 2020, quando o músculo do seu bíceps se desprendeu com um peso de 50 kg. “Eu basicamente pulei no carro, andei cerca de 50 metros gritando de dor. Chamei um amigo para vir me buscar”, contou ele sobre o acidente.

No entanto, ao ligar para o hospital, foi informado de que se tratava de uma cirurgia eletiva, e ele só conseguiu um especialista dois dias depois.

“Não me lembro desse ponto, mas sei que foi isso que aconteceu. Fiz a cirurgia para recolocá-lo [o músculo] e não recebi nenhum antibiótico, nem por via intravenosa ou oral”, contou.

Durante a recuperação, ele notou que o braço ficou “vermelho brilhante e inchou mais de três vezes sua espessura”. McKenna-Lieschke voltou ao hospital e foi diagnosticado com fasceíte necrosante, uma infecção causada por bactérias, que penetram as camadas mais profundas da pele e devoram tecidos do corpo.

No hospital, ficou em coma por dez dias, e a família foi alertada para se preparar para o pior. Durante esse período, os médicos tiveram que amputar o braço dele um pouco acima do cotovelo para evitar a proliferação das bactérias, o que pode levar a morte. O australiano só acordou dez dias depois e tomou um choque ao perceber a amputação.

Aficionado por musculação, o australiano encontrou um novo propósito após o acidente. “Quando acordei, nem musculação e boxe pareciam mais esportes para mim, que tenho apenas um braço. Então decidi reformular minha vida para ter uma paixão novamente. Isso é muito importante.”

Agora, ele quer participar das Paralimpíadas de Paris, em 2024, em uma modalidade totalmente nova. “Não sei o que me fez pensar nisso, mas disse ‘quero experimentar o ciclismo de pista’. Nunca tinha sido um ciclista antes na minha vida”, diz o australiano que já tem participado de provas na modalidade.

Além das próteses especiais para a paralimpíada, McKenna-Lieschke precisa de um treinamento intensivo para chegar ao nível de um atleta. Para isso, criou uma vaquinha virtual para bancar o treinamento US$ 1 mil (R$ 4,73 mil) por mês.

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