SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) – Nem no queixo, no braço ou nas mãos. Frequentadores circulavam sem utilizar a máscara corretamente no parque do Ibirapuera, na zona sul da capital paulista, neste domingo de Carnaval (28). O uso do item ainda é obrigatório no estado em razão da pandemia de Covid-19.
A reportagem esteve no local por cerca de três horas neste dia ensolarado, que levou muitos paulistanos ao parque para corrida, passeio de bicicleta, caminhada ou encontro para uma conversa. Grupos se aglomeravam à beira do lago.
A reportagem também viu comerciantes que trabalham no parque sem o acessório ou utilizando-o de forma errada, no queixo.
Uma vendedora de bebidas que pediu para não ser identificada disse que a cada domingo a permanência de pessoas sem máscara no parque aumenta. Ao ser perguntada se não tinha medo de se infectar durante o atendimento aos clientes sem o acessório, a resposta foi negativa. Segundo ela, o fato de ter tomado as três doses da vacina contra a doença diminuiu o medo e a deixou mais tranquila.
Segundo Giovanna Sapienza, infectologista dos hospitais Santa Isabel, São Luiz (unidade Morumbi) e do Centro de Prevenção Meniá, ainda há risco.
“Mas qual o grande problema? A hora que a pessoa vai para uma fila, que não tem distanciamento, nos pontos com aglomeração, quando você vai ao banheiro. Então, se a gente não usa a máscara e esquece de colocá-la nestes momentos que precisa, cria-se um risco. Ainda defendo o uso de máscara”, afirma.
O Governo de São Paulo deverá flexibilizar o uso de máscaras no estado após o Carnaval. A medida voltou a ser discutida após a redução nos números de casos, mortes e internações.
Pesquisa Datafolha realizada em dezembro do ano passado apontou que, para 48% dos entrevistados, o uso de máscaras deveria ser obrigatório tanto em lugares abertos como nos fechados. Já 44% disseram que o acessório só deveria ser exigido em ambientes fechados.
Como o protocolo ainda está em vigor, a reportagem questionou a prefeitura, o estado e a Urbia, responsável pelo parque, sobre o uso incorreto de máscaras no Ibirapuera.
Por telefone, a assessoria de imprensa da Secretaria de Estado da Saúde disse que a fiscalização nos parques é responsabilidade da prefeitura.
Em nota, a Urbia afirmou que incluiu orientações aos usuários nas entradas e reforçou a sinalização em diversos pontos do parque a fim de estimular o uso de máscara e do distanciamento como maneira de proteção contra a Covid-19. Além disso, há totens de medição de temperatura e álcool em gel distribuídos em todos os parques que administra.
A empresa reforça que não pode barrar a entrada de frequentadores ou retirá-los do parque pelo não cumprimento das medidas sanitárias e de vigilância relativas à saúde pública e que tal ação é de responsabilidade do município, como a GCM (Guarda Civil Metropolitana) e a vigilância.
Por meio de nota, a Prefeitura de São Paulo afirma que os estabelecimentos e espaços sob a responsabilidade de entes privados e sob concessão, como o parque do Ibirapuera, devem zelar pelo cumprimento dos protocolos sanitários vigentes.
Permanece obrigatório o uso de máscaras, além de ser recomendável o álcool em gel e higienização das mãos.
Na capital, os técnicos das Unidades de Vigilância em Saúde são responsáveis pelas abordagens e orientações aos munícipes, para a correta utilização das máscaras nos grandes centros comerciais, nas diferentes regiões de São Paulo e locais com o maior fluxo de pessoas.
A prefeitura diz que tem optado por ações educativas, sem punições e multas.